Numa viagem à Idade Média, a investigadora
elucidou o público presente sobre o modo de escrever entre os séculos XI e XVI.
Os locais, por excelência, onde os documentos avulsos estavam instalados eram
mosteiros ou abadias. Na Sé Catedral de Braga existia, no século XI, um scriptorum com os documentos necessários.
Mais tarde, os scriptora
transformaram-se em chancelarias. Os mosteiros, eram, então, grandes
repositórios de cultura.

As gravuras que actualmente possuímos
dessa época pertencem, sobretudo, à documentação monástica. Para melhor
explicar todos os instrumentos implicados no processo de escrita da Idade Média
(tinta; tinteiro; pena; pergaminho), a investigadora mostrou vários documentos
conservados em diversos arquivos e centros de documentação nacionais e
estrangeiros. São exemplo, uma página de uma Bíblia do Mosteiro de Alcobaça, um
Foral e o Couto do Mosteiro de Tibães (1ª Carta de D. Afonso Henriques), entre
outros.

escrita_antiga

A difusão da escrita verificou-se a partir
do século XIII, altura em que a venda da escrita deixou de ser considerada um
serviço desonesto. Deste modo, os mosteiros, para além da produção de livros, também se dedicavam à
sua comercialização. Lentamente, vão surgindo as primeiras bibliotecas. Os
livros eram objectos muito caros e alvo de cobiça, pelo que a sua disposição
nas estantes implicava que estivessem presos com correntes aos armários.

A  Prof. Doutora Cristina Cunha irá ministrar,
durante o mês de Maio, um Curso Livre de Paleografia, no Arquivo Municipal, disponível
a todos os curiosos em conhecer a escrita antiga.