Mas, nos restantes 26 países da União Europeia, muitos são também os que ignoram o significado desta Estratégia de Lisboa e para que serve.
Para falar deste novo rumo definido para a Europa comunitária e explicar os seus objectivos, teve lugar ontem à tarde, na Biblioteca Municipal, uma sessão de esclarecimento, apresentada por Arnaldo Ribeiro, formador do Centro de Informação Europeia Jacques Delors. Na plateia, jovens universitários ouviram atentamente falar de realidades como o crescimento económico, o emprego e a garantia de condições de trabalho para as novas gerações, coesão social, sociedade e economia do conhecimento. Realidades que afectam as novas gerações e que estão contempladas na Estratégia de Lisboa, aprovada pelo Conselho da União Europeia, na sua reunião de Lisboa, em Março de 2000 e que tinha como objectivo fazer da Europa, no espaço de uma década, a mais competitiva e dinâmica  economia, a nível mundial, baseada no conhecimento,  capaz de um crescimento sustentável, com mais e melhores empregos e uma maior e melhor coesão social.

E se, actualmente, a União Europeia representa uma das economias mais desenvolvidas do mundo, ela está ainda longe dos desígnios de Lisboa, continuando a apresentar desempenhos inferiores aos das economias de países como a China ou os Estados Unidos. A taxa de desemprego na União Europeia continua também a ser preocupante e o penúltimo alargamento, que permitiu a entrada de dez países, com ritmos de crescimento, realidades sociais e economias com diferenças entre si, têm representado grandes desafios para a União, que comemora, este ano, 50 anos de vida (os acordos de Roma, que dão origem à Comunidade Económica Europeia, foram assinados em 1957).

Em busca de um crescimento sustentável, de uma maior coesão social, de garantias sociais para uma população envelhecida e com baixas taxas de natalidade, de mais e melhor emprego para as novas gerações, de mais e melhor formação, de uma aposta no conhecimento e na inovação como motores de crescimento, a Europa, actualmente com 27 países membros, definiu a Estratégia de Lisboa como o rumo a seguir até 2010. Os progressos alcançados neste âmbito nem sempre foram os desejados e os países membros viram-se forçados a rever e a relançar, em 2005, a Estratégia de Lisboa.

A realização de sessões de esclarecimento como a que ontem aconteceu, na Biblioteca Municipal, e que deu, depois, origem a um pequeno debate, são essenciais para ajudar a perceber os desafios que se colocam actualmente à Europa comunitária e quais as soluções encontradas por cada país para responder, de forma concertada e no quadro de uma estratégia comum, a um mundo em constante desenvolvimento e transformação.