Nascido
em Oliveira Barcelos, terra de fortes e ancestrais tradições na arte de
trabalhar o barro, João Lourenço desde cedo demonstrou interesse pela cerâmica,
iniciando a sua aprendizagem na olaria tradicional do seu pai, Lino Lourenço.
Mais recentemente fez vários cursos de aperfeiçoamento no cencal, Centro de Formação Cerâmica das
Caldas da Rainha,  e o curso de aperfeiçoamento em raku, com o ceramista
Paulo Óscar. Em Pontevedra frequentou o Curso
Internacional de Cerâmica Contemporânea
e, em Barcelona na Escuela de Cerâmica de La Bisbal, o curso
de Raku e Cozeduras Experimentais.

Desde há um
ano, tem dedicado a maior parte do seu tempo à investigação e experimentação de
diferentes pastas cerâmicas e esmaltes para raku e grés. As peças apresentadas
nesta exposição são em parte resultado do trabalho desenvolvido pelo autor
durante este último ano.

O termo raku, palavra Japonesa, pode significar
alegria, prazer, libertação ou simplesmente o prazer que dá trabalhar esta
técnica cerâmica. Trata-se de uma complexa alquimia onde intervêm os quatro
elementos (terra, fogo, água e ar), da qual resultam peças únicas, sempre
maravilhosas e que possuem características de cor e textura que as distinguem
de todas as outras técnicas cerâmicas.

Até ao século passado, esta técnica, estava
relacionada exclusivamente com o ritual da cerimónia do chá e a filosofia
Zen-Budista dentro da qual a argila simboliza a mãe-terra, de onde nascem todas
as coisas. Foi a partir de meados do século XX que alguns
artistas ocidentais se começaram a interessar pelo raku, passando a usá-lo na
criação artística moderna, sempre em busca de novidades e efeitos diferentes.