Para receber Tomé de Sousa, Rates viajou,
este fim-de-semana, ao século XVI. No
Largo da Praça, em pleno centro histórico, organizou-se a Feira Renascentista,
na qual participaram mais de 20 artesãos vindos de várias partes do país e
fizeram-se desfiles que recriavam o regresso do ilustre filho da terra, com a
participação de dezenas de pessoas vestidas com belíssimos trajes da época.

O tempo pode não ter sido muito
simpático, mas, entre sexta-feira e domingo, o que não faltou foi animação, com
muita gente a visitar a feira onde artesãos produziam e vendiam peças
relacionadas com o século XVI. Couros, metais, trabalhos em cornos de animais,
têxteis, bijuteria, a construção de andas, que se podiam experimentar no local,
e uma taberna com um braseiro ao ar livre, tudo encheu de cor e vida o centro
pedonal da vila, que viria ainda a animar-se com um baile improvisado, ao som
de gaiteiros, no sábado ao fim da tarde. Um baile em que nobres, plebeus e
clérigos se misturaram, aplaudindo também as acrobacias de um “escravo”, que
impressionou pela sua agilidade na arte da capoeira.

E a festa continuou noite dentro, num
jantar que juntou mais de uma centena de pessoas em torno de um festim em que
se comeu à mão, em que os pratos eram bases de pão, com o sabor da canela, a
rica especiaria da época, e era obrigatório vestir-se a rigor. O Museu
Municipal, organizador da iniciativa, pôs ao dispor de todos um vasto e rico
guarda roupa, com mais de centena e meia de trajes, desde o mais simples ao
mais elaborado, numa variedade enorme de tecidos, brocados, acessórios,
túnicas…. Ninguém se sentava à mesa sem vestir o espírito da época e o mesmo se
passava com quem servia e com a animação, a cargo de duas bandas de gaiteiros e
de um grupo que encenou lutas de espadas, a dança de uma escrava das arábias e
de “cavaleiros”, que levaram os comensais a participar em algumas das
peripécias encenadas. A noite viria a acabar no adro da igreja com os cuspidores
de fogo, que iluminaram a grande roda de espectadores, de onde sobressaíam as
damas nos seus longos vestidos decorados com os brocados a cintilar ainda mais
à luz das chamas.

Durante três dias, a Feira
Renascentista voltou, pelo segundo ano consecutivo, a transformar a face de São
Pedro de Rates. O dia 9 foi dedicado em especial às escolas e instituições de
apoio à terceira idade, que visitaram a Feira e assistiram ao desfile de
boas-vindas a Tomé de Sousa. O programa repetiu-se nos dias seguintes, sempre
aberto ao público em geral, com a excepção do jantar de sábado, reservado a
convidados e aos participantes que se inscreveram previamente.

A Feira Renascentista de São Pedro
de Rates é uma organização da Câmara Municipal, através do Museu Municipal, com
o apoio do Turismo de Portugal, da Junta de Freguesia de S. Pedro de Rates e do
Rancho Folclórico desta freguesia e insere-se no programa AnimaPóvoa.