O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim entra, este ano, na sua 29ª edição com um programa que volta a primar pela qualidade das peças e dos intérpretes, com destaque para a vasta perspectiva histórica que será feita através da música, desde a Grécia antiga até à contemporaneidade. A aposta nos músicos e na música portuguesa e nos jovens compositores é outra das facetas a destacar na edição deste ano.
O programa do festival, que vai decorrer entre 6 e 28 de Julho, na Póvoa de Varzim, foi apresentado esta manhã, em conferência de imprensa, na Câmara Municipal, ocasião em que foram também divulgados os autores e as composições seleccionados pelo júri do segundo Prémio Internacional de Composição.
Iniciativa do Festival, este Prémio de Composição disputa-se nas modalidades de composição para orquestra e câmara, teve este ano como mote Eça de Queirós e a sua obra e recolheu a participação de 20 concorrentes. O júri, composto por Luís Tinoco, Fernando Lapa, Carlos Caires e Odaline de La Martinez, seleccionou, na categoria de obras para música de câmara: “Quatro personagens saídas de um conto”, de Hugo Ribeiro; “A Civilização”, de Fátima Fonte Ferreira; e “Seis peças para piano”, de Patrícia Silva. Na categoria de composição para orquestra foram seleccionadas: “Reminiscências”, de Hugo Ribeiro e “Perpétuité”, de Ana Seara. Estas selecções do júri serão confirmadas no decorrer do festival, quando as peças forem interpretadas e o público tiver também oportunidade de se pronunciar. Assim, no dia 20 de Julho, serão apresentadas as obras para orquestra e, no dia 21, as obras para música de câmara.
Um dos motivos de satisfação para a organização do Festival é a juventude dos concorrentes a este prémio, bem como a selecção de uma poveira, que fez a sua aprendizagem na escola de música da Póvoa de Varzim. Nascida na freguesia de São Pedro de Rates, em 1983, Maria de Fátima Fonte Ferreira inspirou-se n´”A Cidade e as Serras” para a sua composição. Hugo Ribeiro, nascido em Lisboa, também em 1983, que concorreu nas duas modalidades, revela que foi buscar a inspiração a “O Mandarim”. Patrício Silva, nasceu em Alcobaça, em 1973, e concorreu na categoria de música de câmara e Ana Seara, que já no ano passado tinha concorrido, conquistando uma menção honrosa, nasceu em Coimbra, em 1985. O prémio de composição para orquestra atribuirá ao vencedor um valor monetário de quatro mil euros e o de composição para música de câmara atribuirá 2500 euros ao primeiro lugar. Para além destes valores monetários, as obras serão também editadas em cd e as partituras publicadas.
Para além deste Prémio Internacional de Composição, o programa deste ano do Festival volta a trazer à Póvoa de Varzim grandes nomes e um momento particularmente interessante, em que se procurará reproduzir música da Grécia do século VI a.C.. Com a soprano Arianna Savall e o recurso a reproduções de instrumentos musicais da época, este será, com certeza, uma actuação a não perder, no dia 24 de Julho, na Igreja Românica de São Pedro de Rates.
A vertente pedagógica, através das “master classes”, o apoio à criação, com o prémio de composição, a divulgação da região, no país e no estrangeiro, a realização de exposições, a divulgação de novos talentos, como é o caso do Quarteto Varazim, que se vai estrear na rubrica “Músicos em Crescendo”, são outros dos pontos a destacar do programa deste ano.