O Festival de Animação de Rua está inserido na programação do ANIMACOMÉRCIO, que comporta uma série de actividades com o objectivo de tornar ainda mais atractivas as zonas comerciais da cidade, mais concretamente a Rua 31 de Janeiro, Rua da Junqueira e adjacentes. Desde 1 de Julho, que, todos os Sábados, as ruas atrás referidas são palco de acções de animação de índole cultural, desportiva e recreativa, sendo que o 1º Festival Nacional de Animação de Rua marca o fim desta iniciativa.

Presentes na conferência estavam Afonso Oliveira, vereador com o Pelouro do Desenvolvimento Sócio-económico e Carlos Tavares, a representar a Associação de Comércio ao Ar Livre, já que esta iniciativa resulta da parceria destas duas entidades. Francisco Cruz, um dos dez animadores inscritos no festival estava também presente.
Afonso Oliveira iniciou a sua intervenção fazendo notar que o ANIMACOMÉRCIO foi programado com os meios possíveis, mas com o objectivo principal de animar as ruas. Isto porque, segundo as suas palavras, “tem de haver uma mudança de atitude face às novas dinâmicas que o comércio tem”, havendo mesmo a intenção de, no próximo ano, “alargar a iniciativa a outras entidades da cidade”, mas, claro, sem esquecer a qualidade.
Já Carlos Tavares afirmou que “foi muito fácil colaborar com a Câmara na animação de rua, porque todas as iniciativas foram bem pensadas.” Sobre o festival, augura o sucesso, apesar de muitos o terem alertado para a dificuldade de organizar um evento destes com qualidade, devido à vulgarização de algumas artes de rua. Na base do festival de animação está, essencialmente “ a necessidade de trazer mais gente à rua”.

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O poveiro Francisco Cruz, que no festival fará dupla com Mara Roque, disse que este festival lhe oferece a oportunidade de vir demonstrar à sua cidade natal o seu trabalho, que já teve oportunidade de exibir em eventos como o Festival Internacional Cómico da Maia. Deste evento espera que a conotação de “arte marginal” que as artes de rua têm, vá desaparecendo. “Estive num festival em Edimburgo, Escócia, onde as coisas são completamente diferentes. Os artistas não são vistos como mendigos, são muito acarinhados pelo público, que os gratifica não por os verem como coitadinhos, mas sim pela qualidade do espectáculo.”
Entre os inscritos está também Jorge Rosado, que irá apresentar um espectáculo de artes circenses. “Lá fora as pessoas aceitam melhor este tipo de espectáculos, apesar de em Portugal já se verificar uma mudança, especialmente em grandes cidades”.
A diferença parece estar também na formação, que leva, obviamente, à qualidade. Rosado afirma que, a nível internacional, a aposta na formação na área de artes de rua é muito superior ao esforço do lado português. Mas ressalva que “a nova geração de animadores é diferente. Eles já sabem que é preciso trabalhar bastante para atingir a qualidade”.
Ambos vêm no Festival Nacional de Animação de Rua da Póvoa uma oportunidade de dignificar a profissão, uma “pedrada no charco” como definiu Francisco Cruz.
Entre os inscritos, contam-se animadores para todos os gostos, que vão apresentar espectáculos tão variados como teatro de marionetas, malabarismos, teatro de comédia, artes circenses, entre muitos outros, sendo que o público pode, com certeza, esperar momentos de muita animação e, claro, humor.
O festival, iniciativa rara no país, pretende dignificar a actividade de animador de rua, ao mesmo tempo que contribui para a qualidade das acções de animação de rua.

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Mapa dos locais de animação