O Hotel Axis Vermar, o epicentro desta 15ª edição do Correntes d’Escritas, recebeu o nascimento “de um projecto que nasceu no facebook e que permite aproximar pessoas”, como explicou João Pedro Azul, coordenador desta revista. “As edições não têm qualquer financiamento e surge apenas da vontade de transformar aquilo que surgiu na rede social num objecto impresso”.

Flanzine é uma revista idealizada por dois amigos virtuais – João Pedro Azul e Luís Olival – que, até hoje, não se conhecem pessoalmente. As três edições da revista (Mala, Medo e Boca) foram tratadas pelo chat do facebook. Com alguma ousadia, foram contagiando um conjunto de autores e artistas de diferentes quadrantes e linguagens que se foram juntando à Flanmília (literatura, ilustração, cinema, música, fotografia, poesia, teatro). João Pedro Azul elogiou, ainda, o design de Filipa Campos.

O número 3, lançado esta noite no Correntes d’Escritas, traz um novo desafio: juntar os autores em duetos. O tema lançado foi BOCA. Assim, esperam-se cerca de vinte duetos a trabalhar BOCA-a-BOCA, num total aproximado de 40 autores.

Autores que fazem parte dos três números da FLANZINE: Esgar Acelarado & Álvaro Silveira; Betânia Liberato & Valério Romão; Filipa Castro & Emanuel Amorim; Cátia Vidinhas & Rogério Nuno Costa; Beatriz Hierro Lopes & Daniel Curval; Helena Miranda & João Pedro Azul; Luisa Monteiro & Ana Teresa Vicente; Ana Pereira & Alexandre Sá; Luis Barbosa & Pedro Miguel Marques; Luís Quintais & Filipe Marques; Débora Figueiredo & José Riço Direitinho; Daniel Moreira & Casimiro Teixeira; Sara Macedo & Cristóvão Siano; Carlota Lagido & FS Hill; Gonçalo Mira & Luís Silva; Hélder Magalhães & Claudine Rodrigues; Cristina Bartleby & Teresa Falcão; Bruno Vieira do Amaral & João Concha; Raquel Ribeiro & A. Mimura.

Sobre a editora Cama-de-gato, Luísa Monteiro, uma das três “felinas” criadoras do projeto, afirmou ser “uma boa altura para o nascimento de novas sensibilidades. Continuamos a escrever como achamos que deve ser, sem o novo acordo ortográfico”. Segundo a escritora, “este é um tempo de indefinições, de crise a várias dimensões e a editora pretende caçar vozes autênticas, com cordões umbilicais firmes. Estamos na periferia – até no Correntes d’Escritas nos apresentamos um dia antes da Abertura Oficial – é é com orgulho que lá nos pretendemos manter”. Sobre a editora, Luísa Monteiro adiantou que “é outra forma de estar. Não temos a pretensão de afirmar que somos diferentes, melhores ou novos”. 

Cama-de-gato nasce com o propósito de disseminar singularidades literárias. Pretende propiciar o lançamento de novas sensibilidades, nomeadamente daquelas que se furtam ao presente e se encontram em diversos caos para deles extraírem o inédito. Arranca, na poesia, com Maria Quintans e a sua A pata da cabra, na dramaturgia, com Cláudia Lucas Chéu e A cabeça muda e, na ficção, com Luísa Monteiro, A lacraia de Steinbeck.

Acompanhe o Correntes d’Escritas aqui e não perca nenhum momento desta 15ª edição do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.