Os gansos foram
introduzidos no Parque da Cidade pois a sua presença tranquilizaria e atrairia
exemplares de outras aves aquáticas, como as dezenas de patos-reais que lá se
veem, e a sua vigilância permanente, e até agressividade, contribuiria para a
segurança das aves em geral.

A domesticação de
animais pelo Homem é um processo que se arrasta há milhares de anos. O cão terá
sido o primeiro animal domesticado, ainda na Pré-História, resultando da
captura de lobos jovens que foram evoluindo até se tornarem nas centenas de
raças de cães que hoje se conhecem. O mesmo se passou no Neolítico quando o
homem recentemente sedentarizado começou a domesticar as espécies que eram
suscetíveis de o ser, assim, a ovelha, a cabra, o cavalo, o boi entre outros
juntaram-se ao Homem e, com a sua carne ou o seu trabalho, contribuíram para o
avanço da civilização. A domesticação das aves não foi tão bem sucedida, pois
menos espécies se deixaram domesticar. No Médio Oriente, a primeira ave
domesticada foi o ganso selvagem (Anser anser) que capturado vivo e criado em
cativeiro foi evoluindo com a ajuda dos seus criadores, que o cruzavam de forma
a ter as características que melhor se adaptavam às suas necessidades,
nomeadamente o aumento do peso, a mutação das penas para branco, o aumento de
ovos postos em relação à raça selvagem, e a modificação comportamental no
sentido de serem menos fugidios. 

A criação de gansos espalha-se por toda a Europa e
em Roma eram mantidos alguns gansos no Capitólio em homenagem aos gansos, que
no ano 390 AC alertaram com os seus grasnidos os defensores da cidade do ataque
Gaulês permitindo a defesa das muralhas. Com os Descobrimentos, os cruzamentos
dos gansos incluíram raças orientais e africanas, como o Anser cygnoides, dando
origem às numerosas raças de gansos domésticos que hoje se conhecem.