O convidado, autor
de três livros, um deles sobre a genealogia das famílias poveiras, intitulado de
Sete séculos na vida dos poveiros, e de 24 artigos, começa por
se apresentar e referir que é natural de Massarelos, Porto, mas que viveu
durante 25 anos na Foz do Douro. Assume, assim, uma afinidade intrínseca com o
mar e as actividades que nele se desenvolvem e, por isso, com o povo poveiro.

Sobre o tema em
análise afirma que “quem não procura a sua genealogia acabará por desconhecer
as ramificações da história da sua própria família”, destacando a importância deste
conhecimento como essencial para o ser humano.

Óscar Fangueiro revela
também que tem várias “doenças”: a ornitologia, o gosto pela natureza, a
história, a genealogia, entre outras, e apresenta os nomes de João Francisco
Marques e Flávio Gonçalves, ambos poveiros, como os grandes responsáveis, não
só pelas suas “doenças”, como pelo impulsionar da busca da sua própria
genealogia há 35 anos atrás.

O orador ressalva,
no entanto, que a procura da linhagem familiar nem sempre é fácil. Para tal é
necessário conhecer os nomes, a profissão e a morada dos familiares em questão
para se começar a escavar o passado. Os documentos, tais como a certidão de
nascimento, certidão de óbito e certidão de casamento, assumem um papel
preponderante nesta busca. Um outro fator vital é, claro está, o querer, pois “nem
toda a gente quer arriscar e fazer a árvore genealógica uma vez que pode não encontrar
fidalguia na descendência mas sim plebe, e com ela os preconceitos”.

Os locais para
procurar novos dados sobre as famílias são as Conservatórias, as Câmaras
Municipais, os Arquivos Municipais, as Confrarias, o Arquivo da Universidade de
Coimbra e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa. Ficam assim
registadas as dicas essenciais para quem quiser iniciar uma viagem pelo passado
da sua família.

No que concerne a
Póvoa de Varzim salienta ainda o estudo de duas famílias bem conhecidas do meio
poveiro, a família Santos Graça e a família Maio.

Óscar
Fangueiro termina relembrando a importância da genealogia aproveitando para
advertir que é imprudente afirmar-se que não se pertence a uma determinada
família sem se fazer um estudo antes, uma vez que, os povos estão interligados
e tinham, mesmo em épocas passadas, uma mobilidade incrível. Assim, só depois
de uma busca e de se perceber de onde provêm os nossos antepassados é que estaremos
preparados para afirmar se pertencemos ou não a determinada grupo familiar.