Póvoa de Varzim, 21.07.2010 - Foi ontem, terça-feira, dia 20, assinado o protocolo entre a Câmara Municipal e a Fundação Dr. Luís Rainha para a criação do Prémio Literário Fundação Dr. Luis Rainha, que será atribuído em 2011, no âmbito do Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.
Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal, explicou que este é “um prémio diferente de todos os outros que atribuímos no âmbito do Correntes d’Escritas – Prémio Literário Casino da Póvoa, Prémio Literário Correntes d’Escritas / Papelaria Locus e Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas / Porto Editora – porque nos toca mais de perto, já que tem como grande objectivo dar a conhecer escritores poveiros e trabalhos sobre a Póvoa”. Isto porque este galardão irá distinguir, anualmente, um livro inédito (romance, contos, ensaio ou poesia) cujo autor seja poveiro ou residente no município há mais de cinco anos ou, não o sendo, concorra com trabalhos dedicados à Póvoa de Varzim. “É um prémio motivante e que vai com certeza dar origem a trabalhos muito interessantes relacionados com a nossa comunidade”, continuou, elogiando a Fundação Dr. Luís Rainha que ao desafiar a Câmara Municipal para a criação deste prémio está também, destacou o Vereador, a prestar “uma homenagem muito directa ao Luís Rainha, um dos expoentes máximos da cultura poveira. Este é um grande gesto de filantropia”.
Os interessados em participar no concurso, e assim habilitarem-se ao prémio de mil euros e ainda a ver a sua obra editada pela Fundação, devem enviar os seus trabalhos, por escrito, no máximo de dois e sob pseudónimo, até 30 de Setembro. Para saber mais, consulte o regulamento no portal municipal.
José Sousa Lima, mandatário do Presidente da Direcção da Fundação, reconheceu que para a criação deste prémio muito contribuiu a “abertura da Câmara Municipal e o apoio que presta ao trabalho da Fundação”. “Este prémio estava já nos objectivos do Dr. Luís Rainha e vai de encontro aos Estatutos da Fundação, por ele ditados”.
Sousa Lima aproveitou ainda a sessão para fazer um balanço do trabalho da Fundação, constituída em 2007, contando que esta, tendo já aprovado as contas de 2009, vai distribuir pelo Movimento de Apoio aos Pais e Amigos do Diminuído Intelectual (MAPADI) e pela Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim cerca de 11 mil euros, respeitando assim a alínea a do Artigo 6º dos Estatutos, que estipula a atribuição anual, em montantes iguais, de uma percentagem dos seus rendimentos financeiros a estas duas instituições, representadas nesta sessão protocolar por António Ramalho, do MAPADI, e Silva Pereira, da Santa Casa. “A Fundação está viva e está a exercer os seus objectivos”, concluiu.
Luís Rainha, que não pode estar presente na sessão, nasceu na Póvoa de Varzim em 1915. Concluiu a sua licenciatura em Farmácia em 1938 e assumindo a direcção técnica da farmácia do seu pai após o seu falecimento. Desempenhou funções como vereador na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, presidida por João Pedro da Silveira Campos, numa altura em que a conclusão das obras no porto de pesca e a continuação da concessão da Zona de Jogo eram os principais problemas a resolver.
Entre as motivações que o levaram a criar esta Fundação, Luís Rainha apresentou, no seu testamento público “o facto de não ter tido filhos a quem estivesse obrigado a transmitir o património; desejar complementar a acção dos Poderes Públicos no apoio à terceira idade, crianças de famílias pobres e diminuídas intelectuais; e dar um incentivo cultural à juventude, pela promoção de mostras e conferências e pela atribuição de prémios de aproveitamento escolar.”