“Dando
continuidade a um esforço de pluralização das memórias da “grande
pesca” no sentido de as tornar menos reprodutoras no plano social e mais
abertas do ponto de vista cultural, o Museu Marítimo de Ílhavo tem construído
diversos projectos no propósito de inscrever na memória pública rostos e nomes
desta extraordinária aventura humana” referiu Álvaro Garrido acrescentando que
o presente livro álbum pretende dar uma expressão territorial e aberta, visível
e esteticamente exaltante, às memórias da pesca do bacalhau.

O
Director do Museu Marítimo de Ílhavo revelou que entre 1935 e 1974, ao todo,
foram cerca de vinte mil os pescadores que se matricularam na pesca do bacalhau
e foi através das suas
fichas de inscrição que se tornou possível a sistematização da memória,
base para a criação da Caixa de Memória criada com todos estes rostos e nomes
que já esteve em exposição em diversas localidades e foi o ponto de partida
para a edição deste livro. Álvaro Garrido lembrou ainda Santos Graça, que escreveu
que a pesca do bacalhau era “áspera, dura, tremenda, quase heróica”,
uma verdadeira “epopeia dos humildes”.

Estiveram
presentes na apresentação do livro alguns pescadores da Póvoa de Varzim e Vila do
Conde que deram o seu testemunho e recordaram momentos passados na mar quando
partiam para a pesca do bacalhau. “São histórias vivas, carregadas de
sentimento, histórias de heróis deste país que foram para o mar,
conquistaram-no”, afirmou Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, que
definiu a obra como o “bilhete de identidade de todos nós que temos uma ligação
íntima com o mar, daí a participação da Câmara Municipal na sua edição”.

Portugal
no Mar – Homens que foram ao bacalhau
é uma publicação da Editora Campo das Letras e do Museu Marítimo de
Ílhavo/Câmara Municipal de Ílhavo e conta com o apoio editorial de diversas
autarquias, nomeadamente, da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.