Ao longo
de toda a tarde foram abordados temas de grande relevância para todos os
trabalhadores, tal como as principais discriminações no mercado de trabalho,
como conciliar a vida profissional com a família, os direitos dos trabalhadores
enquanto pais e mães e qual a responsabilidade social das empresas e
organizações.

Andrea
Silva, Vereadora do Pelouro da Ação Social, sublinhou a “atualidade dos temas
e, porque nunca sabemos tudo, é importante participarmos para aprendermos uns
com os outros”.

Margarida
Amaral, Diretora do Centro de Emprego da Póvoa de Varzim /Vila do Conde,
confessou que “quando há 30 anos imaginava como seria o Dia da Mulher
atualmente, pensava que tudo seria diferente. Afinal, os problemas que eu tinha
nesse tempo continuam a persistir”. Preocupada com o desemprego na Póvoa de
Varzim, Margarida Amaral explicou que “neste concelho há mais mulheres no
desemprego, permanecem inscritas mais tempo e têm níveis de escolaridade mais
baixos. Ainda atualmente, o salário do homem é que sustenta a família, sendo o
rendimento da mulher um complemento para o agregado familiar. Já é altura das
mulheres apostarem na sua formação profissional”. A Diretora do Centro de
Emprego espera que a medida
Estímulo 2012 se traduza numa
forma eficaz de combate ao desemprego.

Natividade Coelho, Vice-Presidente da Comissão para
a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), lembrou a história do Dia
Internacional da Mulher. A revolta de operárias contra as 16 horas de trabalho
e a falta de um dia de descanso semanal está nas origens da celebração deste
dia. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram
motivo de frequentes protestos por parte das trabalhadoras no início do século
XX. Natividade Coelho explicou, ainda, quais as funções da
CITE: mecanismo nacional de igualdade entre homens e mulheres no trabalho e
no emprego
, sob a tutela do Ministério da Economia e do Emprego, com supervisão,
em articulação, do membro do governo responsável pela área da Solidariedade e
da Segurança Social e do membro do governo responsável pela área da igualdade
de género, de composição tripartida – 4 representantes do Estado, 4
representantes sindicais (CGTP-IN e UGT) e 4 representantes patronais (CCP,
CIP, CAP e CTP). A Vice-Presidente desta Comissão explicou, também,
quais os direitos dos trabalhadores: os trabalhadores ou candidatos a emprego do setor
privado ou público tem direito a igualdade de oportunidades e de tratamento no
que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção ou carreira
profissionais e às condições de trabalho, não podendo ser privilegiados,
beneficiados ou prejudicados de qualquer direito ou isentos de qualquer dever
em razão, nomeadamente, de ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado
civil, situação familiar, situação económica, instrução, origem ou condição
social, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência,
doença crónica, nacionalidade, origem étnica ou raça, território de origem,
língua, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical,
devendo o Estado promover a igualdade de acesso a tais direitos.