O programa das comemorações do aniversário foi apresentado ontem pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino.

A Lancha, segundo o autarca, “é aquilo que mais nos identifica enquanto poveiros. Não só como o ícone que é mas pelas características que revela acerca dos poveiros: corajosos e arrojados”. Para Luís Diamantino, a Lancha é um museu que anda no mar, que leva a Póvoa a muitos sítios da costa portuguesa e da Galiza.  

Quanto ao programa de comemorações, o Vice-Presidente afirmou que irá focar-se muito nas escolas, valorizar a proximidade com as crianças para que elas conheçam a história da sua cidade. Jogos didáticos e trabalhos coordenados pelos professores são duas das formas que pretendemos efetuar ao longo do próximo ano letivo. O primeiro passo dado neste sentido foi o lançamento de um concurso na Escola Secundária Rocha Peixoto para a criação de um cartaz de promoção ao aniversário. Bruno Faria, de 17 anos, venceu o concurso e teve a oportunidade de explicar como chegou à imagem final: “primeiro tive de investigar mais sobre a Lancha, que já conhecia por ser poveiro, o que fez com que me interessasse mais por este projeto. Depois foi despender muitas horas até estar satisfeito com o resultado. Não estava à espera de vencer porque os meus colegas também apresentaram trabalhos muito bons”.

A ata do júri do concurso está disponível aqui.

O primeiro evento no âmbito das comemorações irá acontecer no Dia da Cidade, a 16 de junho, com a atribuição da Medalha de Reconhecimento Poveiro ao Mestre Agonia Areias. A este respeito, o Mestre afirmou que é uma honra para toda a tripulação: “a bordo, todos têm uma função. O mestre dirige, mas não pode fazer tudo. Portanto, o que me vai ser atribuído não é meu. É de todos nós”. O Mestre confessou que não acreditava que este projeto durasse tantos anos: “ainda acho que é mentira. Aceitei o desafio como uma brincadeira mas os dias foram passando, os anos foram passando e chegamos aos 25 anos. Tenho um prazer enorme em andar à vela. Enquanto puder vou continuar a dar o meu contributo. E sempre sem deixar o leme. Nunca abandono o meu posto. Se ela navegar 15 horas, vou ao leme 15 horas. Se navegar 30 horas, vou 30”.

A restante programação inclui passeios na Lancha durante a segunda quinzena de junho; a participação em encontros de embarcações na Galiza durante o mês de julho; atividades nas Bibliotecas de Praia em parceria com o Clube Naval Povoense durante o mês de agosto; evocação do “bota-abaixo”, abertura da exposição de modelos de Lanchas pelo Mestre Agonia Areias, apresentação do livro Os braços da Lancha, de José Peixoto, aposição do carimbo e do selo comemorativos com a Associação Poveira de Colecionismo, tudo isto no dia 15 de setembro; o seminário “Educar para o Ptrimónio II – desenhar, construir e navegar. Preservação da memória das artes da construção naval”, no dia 30 de setembro; comemoração do Dia Nacional do Mar, a 16d e novembro; conferência “Ecos do naufrágio na vida local e na imprensa”, por José de Azevedo, no dia 27 de fevereiro, por altura dos 125 anos do naufrágio de 1892.