Tendo em conta a importância desta data, Aires Pereira explicou que o Município poveiro entendeu realizar “a cerimónia com carater mais oficial de modo a valorizar aquilo que são os símbolos da nação, a Bandeira e o Hino Nacional, e dessa forma, homenagear os militares”. Para o edil, “o importante é aquilo que cada um de nós interiorizou sobre o 25 de Abril e passar esta mensagem às novas gerações”.

O Presidente do Município contou que “tinha 14 anos na altura em que se deu o 25 de Abril e andava no Liceu, a frequentar o antigo 4º ano. A minha consciência para a política nasceu a partir daí. Até então, tinha outro tipo de motivações e interesses”.

Aires Pereira confessou que “não estou nada interessado em voltar ao país que tínhamos antes do 25 de Abril: um país pobre, triste e em que não havia oportunidades para todos”, acrescentando que “não tenho dúvidas que valeu a pena a alteração no regime do país, permitindo acessibilidade a todos os meios, o Serviço Nacional de Saúde, o combate ao analfabetismo e a afirmação da classe média. Era impossível um filho de um trabalhador da sociedade poveira ser Presidente de Câmara antes do 25 de Abril. Foi o 25 de Abril que permitiu que essa oportunidade estivesse ao alcance de toda a gente”, constatou.

Quanto às mudanças que a Revolução provocou na nossa cidade, o Presidente referiu que “a Póvoa de Varzim passou do seu aspeto rural e marcadamente agrícola e piscatório para esta sociedade cosmopolita que hoje conhecemos com todo o tipo de equipamentos”.

A cerimónia oficial contemplou ainda a Exposição de material militar, com destaque para o “Chaimite”, e a Exposição e Demonstração de Grafitis aberta à participação do público. A Praça do Almada foi ainda ponto de partida e chegada do Passeio ciclo turístico. O Desporto também marcou presença com o Torneio 25 de Abril de Ténis de Mesa, inserido no Plano de Desenvolvimento da modalidade.

No entanto, as comemorações da Revolução dos Cravos também foram assinaladas com uma Tertúlia, na noite de 24 de Abril, na Biblioteca Municipal, com a presença do Coronel Gomes de Almeida e dos Capitães Sá da Costa e Francisco Sampaio que deram o seu testemunho sobre o modo como o 25 de Abril foi vivido na Póvoa de Varzim.

Também José Alves Costa, o cabo apontador natural de Balasar, que chegou ao Terreiro do Paço dentro de um blindado M47 para defender o regime de Marcelo Caetano, e desobedeceu às ordens de abrir fogo contra a coluna de Salgueiro Maia, que descera de Santarém para ocupar o centro do poder e derrubar a ditadura, participou nesta tertúlia.

Uma história que só foi conhecida 40 anos depois e da qual José Alves Costa confessou sentir “orgulho”, revelando que procurou, acima de tudo, “servir a Pátria, não destruir”.

Luís Diamantino, Vice-Presidente da Câmara Municipal, transmitiu que “José Alves Costa é um herói desconhecido, como tantos outros que existiram no 25 de Abril. Representa todos aqueles que participaram de forma ativa na Revolução dos Cravos”.

Até ao fim do mês, ainda poderá visitar as Exposições alusivas ao 25 de Abril patentes em diferentes locais: átrio da Câmara Municipal, Biblioteca Municipal, Museu Municipal, Casa da Juventude e Central de Camionagem.

Veja a fotogaleria e o vídeo dos vários momentos do “25 Abril: 40 anos” que preparamos para si.