Esta
nova edição foi enriquecida com ilustrações de Cristina Valadas e um posfácio
da autora.

A sessão
irá realizar-se no jardim da Casa Manuel Lopes, na data do nascimento do antigo
Director da Biblioteca Municipal.

Recorde-se
que a edição deste ano
da Revista Correntes d’Escritas foi dedicada a Luísa Dacosta,
uma “poveira de coração”, que, em 2004, foi distinguida com a Medalha de Mérito
pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Manifestando a sua ligação à nossa
cidade, a escritora já doou o seu espólio ao
município poveiro.

 

Biografia da autora:

 

Luísa Dacosta nasceu
em Vila Real, em 1927. Acabado o liceu, matriculou-se na Faculdade de Letras de
Lisboa, onde terminou o curso de histórico-filosóficas, mas não a licenciatura.
“As minhas universidades foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos
trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na
rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de
carga, e que mesmo afeitas, num treino de gerações, às vezes não aguentam e se
suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o
mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de A-Ver-O-Mar devo a língua,
ao rés do coloquial.”

Professora do ensino
oficial, Luísa Dacosta começou a sua vida literária em 1955 com a publicação de
um livro de contos intitulado Província. No domínio da ficção, editou
depois: Vovó Ana, Bisavó Filomena e Eu (1969) e Corpo Recusado
(1985). No campo da crónica, publicou A-Ver-O-Mar (1980) e Morrer a
Ocidente
(1990). Na Água do Tempo (1992) e Um Olhar Naufragado
(2008) constituem respectivamente o primeiro e o segundo volumes de um diário,
e no campo ensaístico e crítico escreveu Aspectos do Burguesismo Literário
(1959) e Notas Literárias (1960).

A partir de 1970
iniciou a escrita de livros para crianças: O Príncipe que guardava Ovelhas
(1970), que foi distinguido pelo Internacional Board on Books for Young People
como um “excepcional exemplo de literatura com interesse internacional; O
Elefante Cor-de-Rosa
(1974); A Menina Coração de Pássaro (1978); Sonhos
na Palma da Mão
(1990); Lá vai Uma Lá vão Duas… (1993); e outros
títulos.

Na sua actividade de
tradutora, traduziu obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir.

Colaborou ainda em
numerosos periódicos, de que podem destacar-se: Colóquio/Letras, O
Comércio do Porto
, Jornal de Notícias, Raiz e Utopia e
Seara Nova.

Entre as temáticas
que mais a têm interessado situam-se os relatos de um quotidiano vulgar e a
situação da mulher. Os seus livros situam-se num registo em que um sabor
autobiográfico se mistura à crónica e ao conto.

Foi atribuído à sua
obra Na Água do Tempo, em 1992, o Prémio Máxima.

Em 1994, Lá vai
uma… Lá vão duas…
obteve o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para
Crianças. Em 2001, a Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e
Juvenil seleccionou-a como candidata portuguesa ao Prémio Andersen pelo conjunto
da sua obra para crianças. E também nesse ano foi-lhe atribuído o Prémio “Uma
Vida, Uma Obra”, pela Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.

Em 2004, no âmbito
da iniciativa da Cooperativa Árvore comemorativa dos 30 anos do 25 de Abril e
dos 150 anos da morte de Almeida Garrett, foi distinguida com o Prémio para a
Área do Ensino. Em 2007, o seu livro O Rapaz que sabia acordar a Primavera,
ilustrado por Cristina Valadas, obteve o Prémio Nacional de Ilustração. Em
2010, foi galardoada com o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído pela
Universidade de Évora.

Em 2002, as Edições ASA iniciaram a publicação da
sua obra completa.