Este evento cultural tem lugar ao longo de todo o mês de Maio e é
organizado pela Junta de Freguesia de Rates e pelo Conselho Pastoral Paroquial
da freguesia, com o apoio da Câmara Municipal, através da Associação Pró-Música
da Póvoa de Varzim.  

Armindo Ferreira,
Presidente da Junta, não deixou de referir os tempos de crise que hoje se vivem
mas que vê como uma oportunidade para o aparecimento de um “novo paradigma de
desenvolvimento”, paradigma esse em que a cultura ocupa uma posição “nuclear”.
Frisou, assim, “o contributo da cultura para o desenvolvimento económico, a sua
força aglutinadora das diferenças interculturais, assumindo-as como instrumento
de integração e socialização, a sua capacidade de qualificação dos recursos
humanos, a sua importância na valorização da identidade e do património, o seu
contributo para a boa imagem de uma comunidade”. É neste contexto que S. Pedro
de Rates procura “encontrar o seu lugar no mundo”, explicou, avançando que o
Ciclo de Música Sacra é apenas uma peça de um projecto cultural que, em Rates,
incluiu, por exemplo, a requalificação do centro histórico, a construção do
núcleo museológico da Igreja Românica, a revitalização do artesanato de linho,
a construção do Eco-Museu, entre outros projectos. “A 5ª edição deste Ciclo
confirma o acerto desta aposta, que vamos prosseguir. Segue um caminho abrangente,
aberto a públicos diversos, um caminho que pretende elevar, e tem por isso uma
vertente pedagógica. É um caminho condenado ao sucesso”, defendeu.

Abel Carriço,
Director Artístico do Ciclo, elogiou o palco onde decorrerão todos os momentos
em programa: a Igreja Românica de Rates. “É um tesouro vivo, uma presença que testemunha
séculos. Tem uma vivência duradoura não só de religiosidade mas também de
culturas que se cruzaram aqui, muito por força dos Caminhos de Santiago”. Por
isso, o Ciclo agrega os aspectos histórico, de formação e religioso. “Acho que
é um bom valor. É uma aposta válida, uma aposta ganha, porque tem sido muito o
público que adere”. Manuel de Sá Ribeiro, Pároco da freguesia, congratulou-se
também pela importância que o Ciclo tem entre os paroquianos que consideram já
este evento “como seu. Sentem este Ciclo de forma diferente”.

Sobre o programa,
Abel Carriço explicou que segue um formato mais ou menos fixo, já que, a par
dos concertos, se vão realizar, à semelhança de anos anteriores, conferências e
ainda um Curso de Direcção Coral e Técnica Vocal.

O 5º Ciclo de Música
Sacra da Igreja Românica de S. Pedro de Rates arranca no dia 2, às 18h30, com a
conferência “A Música nos Caminhos de Santiago”, proferida por José Maria
Pedrosa. Entre 7 e 9 de Maio decorre o IV Curso de Direcção Coral e Técnica
Vocal, que reúne já um elevado número de inscritos, dirigido por António Mário
Costa. A 9 de Maio tem lugar a primeira actuação, às 18h30, com “A Música na
História do Louvor Cristão”, pelo Coro de Câmara da Corunha. Dia 11, às 21h30,
nova conferência, desta feita com José Paulo Antunes sobre a “Música Mariana na
Liturgia de Hoje: desafios e possibilidades”. No dia 14, o Encontro do Coros
Paroquias, às 21h30, reúne o Grupo Coral Paroquial de S. Simão da Junqueira
(Vila do Conde), o Grupo Coral Paroquial de Santo António de Terroso (Póvoa de
Varzim), o Grupo Coral Paroquial da Matriz de Vila do Conde e o Grupo Coral Paroquial
de S. Pedro de Rates.

Decorrem depois os
três últimos concertos, sempre às 18h30: no dia 16 “O Canto dos Peregrinos”,
pelo Ensemble Vocal Introitus; no dia 23 “Sons da Espiritualidade Cristã no
Barroco Musical Europeu” pelo Gaudium Vocis em conjunto com o Ensemble
Instrumental Ulplilanis, seguindo-se o Ensemble Vocal da Escolas das Artes; no
dia 30 “A Missa na História do Cerimonial Religioso”, pelo Grupo Instrumental e
Coral “Ensaio” da Escola de Música da Póvoa de Varzim encerram este festival de
música sacra.

Tanto as conferências como as actuações musicais
decorrem na Igreja Românica de Rates e são de entrada livre.