A Sala Sarilho, nas Galerias Euracini2, tem sido a “casa” de muitos lançamentos de livros. Esta tarde recebeu mais duas apresentações, uma do livro A melhor Máquina Viva, de José Gardeazabal e outra da Revista de Literaturas Ibéricas Suroeste.
Para falar sobre o número 9 da Revista de Literaturas Ibéricas Suroeste, esteve presente Nuria Flores Redondo, Conselheira da Cultura, Turismo e Desporto do Governo Regional da Extremadura e Luis Sáez, Diretor da Editora Regional da Extremadura.
Nuria Flores Redondo começou por referir, que uma Revista com dez anos e 9 números lançados, é a prova de que os desejos e os sonhos se podem realizar
Esta nova edição apresenta um total de 27 autores, entre os quais se encontram: Juan Vicente Piqueras, Kirmen Uribe, Andreia Faria, Zeto Cunha Gonçalves ou Antoni Clapés; narradores como Mário Cláudio ou Cristina Almeida Serôdio, além de uma longa entrevista com o galego Francisco Castro e desenhos de Ángela Sánchez com textos em português, espanhol, catalão, galego ou basco, unidos na única revista destas características que se publica atualmente.
Nuria Flores Redondo terminou, lembrando que Suroeste é uma revista anual, que publica textos inéditos de autores que escrevem nas várias línguas peninsulares e sem tradução, com o objetivo de obrigar o leitor a ler nas diferentes línguas que partilham o espaço ibérico.
Todos os números estão publicados no site da revista, para leitura digita.
O segundo lançamento desta sessão, teve como protagonista o escritor José Gardeazabal, que escreveu o romance A Melhor Máquina Viva. A acompanhar o escritor, estava Eurídice Gomes, da Editora Companhia das Letras, que caracterizou este romance em duas palavras: duro e eterno.
Neste livro há um jovem aspirante a escritor que decide mergulhar na pobreza por um ano e afastar-se de um passado doloroso. É um exercício temporário, cujo objetivo é melhorar a literatura. Com os seus novos companheiros faz um batismo de pobreza, pratica roubos coletivos em matadouros, partilha refeições suspeitas e sofre injustiças pedagógicas. Durante todo esse tempo, reescreve a sua própria história de orfandade e de crime.
Eeva Wiseman é uma bela capitalista que herdou do pai um antigo matadouro, relíquia macabra do século XX. Administra com agilidade maternal o seu império de negócios, na sombra voraz da globalização, ao mesmo tempo que ressuscita da ressaca de um grande acidente e de um desaparecimento absoluto.
O que têm o jovem aspirante a escritor e Eeva a oferecer um ao outro? Entre o amor e a amizade, qual a melhor máquina? A liberdade e o sexo, a pobreza e a abundância, o triângulo homem, mulher, animal são estas as várias máquinas modernas que alimentam a literatura.
José Gardeazabal rematou a apresentação do livro dizendo que não gosta de finais explícitos e, este romance, deixa muitas perguntas em aberto. Afinal, o quê que transforma as pessoas? Que máquina é que move as pessoas?
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