Luís Diamantino,
Vereador do Pelouro da Cultura, fez um elogio à escrita de José dos Santos
Marques, mais conhecido por Juca, Joteme ou J. S. Marques: “O Senhor Juca
consegue descrever com uma facilidade e simplicidade chocante. É difícil
encontrarmos pessoas assim. Admiro a simplicidade da escrita de histórias que
algumas vezes nos fazem pensar”, referiu, uma admiração que o fez escrever o
prefácio de Histórias do Meu Tempo, onde descreve uma “Póvoa mergulhada
nas suas mais profundas tradições, é aqui que quase conseguimos conversar com
muitas personagens, que habitam as histórias perdidas no salitre dos tempos”.

Na opinião do Vereador “as histórias narradas por J. S. Marques vão muito para
além da pintura da época, integram-nos numa vizinhança, quase familiar, vivida
entre os poveiros. Num ambiente de grande pobreza, salvava-se o sentido
permanente de grande solidariedade”.

 “Este livro é apenas uma ínfima parte de tudo
o que vai dentro deste homem e de tudo o que ele escreveu” disse Luís
Diamantino definindo a publicação como “uma história colectiva”. Referindo-se
às memórias de Joteme relatadas no livro, o vereador disse: “isto já não
existe, já acabou. Tenho saudades do passado. Estamos noutro tempo e temos que
ter a faculdade de aceitar as mudanças. São outros tempos. Temos que dar valor
àquilo que achamos que tem de facto valor”.

joteme
José dos Santos Marques

“Isto (Histórias do meu tempo) é aquilo que vai
ficar da Póvoa”, concluiu o autarca.
Mas para o autor,
a simplicidade e fraternidade da “nossa gente” é algo de que ainda hoje sente
saudades. É, assim, de memórias e valores que nos fala Joteme,
com a sabedoria dos seus 96 anos.

Numa tarde em que se reuniram muitos amigos para conhecer ou relembrar Histórias
do Meu Tempo
, Sandra Brandão, presidente de A Filantrópica,
reconheceu o carinho que José dos Santos Marques dedica há vários anos à
cooperativa, da qual foi cooperador e fundador, e Fernando Linhares de Castro
referiu-se à amizade e admiração que tem pelo Juca.
 

Histórias do Meu Tempo é o número 24 da
colecção Na Linha do Horizonte – Biblioteca Poveira, editada pela Câmara
Municipal, a propósito da qual Luís Diamantino confessou “se há algo de que me
orgulho é desta colecção, é um monumento à nossa terra”.