Esta
mostra apresenta documentos pessoais e profissionais de Manuel Agonia Rajão, um
dos mais antigos pescadores da Póvoa de Varzim, figura ímpar no meio e um dos
tripulantes da lancha poveira.

Um dos
últimos actos em que esteve presente foi na sessão In memorium – Manuel
Lopes,
no passado dia 3 de Setembro, na Biblioteca Diana Bar, a propósito
das comemorações dos 20 anos da Lancha Poveira.

 

«Manuel Agonia Rajão, “o Manuel Cavalheira”, nasceu
na casa de seus avós, à Rua Dr. António da Silveira, 19, na Póvoa de Varzim, a
24 de Fevereiro de 1926. Dos onze irmãos, só escaparam cinco. Era filho de Ana
Fernandes Moça, a “Ti`Ana do Praga”, e de Tomás Pereira Rajão, o Tio
cavalheira, um herói poveiro imortalizado nos azulejos do molhe norte do porto
de pesca.

A vida do Tio Manel não foi fácil. Com onze anos já
“andava ao mar” com o pai, proprietário de duas catraias: “S. José”, que
governava, e a “S. Sebastião,” cujo mestre era o Adolfo Cacholas. Esta última
embarcação acabou por ser comprada pelo realizador Leitão de Barros para o
filme “Ala Arriba”. Filme onde Manel Cavalheira e o pai foram figurantes a
bordo do barco à vela “São José” – governado pelo mestre Carrancha, – que iria
salvar o barco do Zé da Bela Flor, que naufragara à entrada da barra.

Manel Cavalheira, pescador trovão e teimoso,
gabava-se de que “ não tinha medo do mar. O mar é que tinha medo dele!”

…Depois de 30 anos como tripulante de traineiras,
em Matosinhos, é com mil e um histórias para contar, Manuel Cavalheira
regressou à Póvoa onde mandou construir a embarcação “Estrela do Alvor”. Era
ele tripulante e o mestre era o seu filho José. […]»
(In:
Azevedo, José – O saber do Ti´ Manel Cavalheira. O Comércio da Póvoa de
Varzim, 7 de Setembro de 2006, p. 16.)

 

A mostra documental está
patente no átrio da Biblioteca Municipal até ao dia 23 de Setembro.