Aires Pereira, Presidente da Câmara Municipal, e Luísa Tavares Moreira, Presidente da Direção do Núcleo poveiro da Cruz Vermelha, assinaram, ontem à tarde, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Contrato de Comodato que estabelece este empréstimo.

O Presidente do Município referiu que “estes processos de autonomia são sempre muito importantes porque as instituições não podem ficar eternamente com os meninos”.

Neste sentido, o edil reconheceu que “este primeiro projeto de independência para estes jovens institucionalizados já há alguns anos, desde o início do Regaço, é um passo muito importante, até para aferirmos das nossas políticas sociais, se somos capazes de, de alguma forma, substituir a família e fazer com que estes jovens sejam cidadãos de pleno direito, perfeitamente integrados na sociedade”.

Aires Pereira revelou que “este era um projeto que já há algum tempo andávamos a tratar com a Cruz Vermelha. Agora, estão reunidas as condições para que eles tenham autonomia de vida e surgiu a oportunidade de os colocar num apartamento na Rua Alberto Sampaio”.

O autarca transmitiu que “é também muito interessante para a Cruz Vermelha, que iniciou o projeto no Regaço, agora poder ver a fase final de integração destes jovens”.

Luísa Tavares Moreira revelou que “é a primeira vez que o vamos fazer”, explicando que em causa estão “jovens que estiveram connosco durante sete anos, cresceram connosco, são filhos de colo. E agora damos-lhes o último passo. Estão a terminar os seus estudos e já têm propostas de trabalho para iniciarem no final do Verão”.

Sobre o processo de preparação para a desinstitucionalização, a Presidente do Núcleo contou que “já assumem tarefas domésticas sozinhos. Já iniciaram essa autonomia de vida: já sabem fazer compras, cuidar da casa e cozinhar. São ótimos cozinheiros”, constatou.

“No dia 1 de junho vão entrar em casa, passar a assumir as suas despesas, controlar os estudos. Será uma nova fase das suas vidas: de liberdade com responsabilidade. Foi para isso que nós os preparamos e trabalhamos. Sou uma mulher de fé e creio que vai correr bem”, transmitiu.

Confiante neste projeto, Luísa Tavares Moreira afirmou que “os técnicos irão acompanhar este processo de autonomização e eu própria também o farei sempre na esperança de que tudo irá correr bem e de que esta será uma experiência com sucesso”.

O direito de uso do imóvel vigorará pelo prazo de cinco anos e será automaticamente renovado, por períodos de um ano, se nenhuma das partes manifestar intenção de o não renovar.