Por excelência
espaço de revisita à memória poveira, com as suas exposições permanentes sobre
a Cividade de Terroso e a etnografia poveira, onde os artefactos dos pescadores
são personagem principal, o Museu Municipal é também uma excelente ‘sala de
visistas’, que esta tarde foi palco do movimento social poveiro. De facto, utentes
do Instituto Maria da Paz Varzim passaram a tarde no Museu Municipal, onde
participaram numa visita guiada conduzida não só pela Directora do Museu
Municipal, Deolinda Carneiro, como por Rui Anahory, autor de “Circunstâncias”,
uma das exposições ali patentes. As visitas guiadas são um dos serviços que o
Museu Municipal disponibiliza de terça a domingo, mediante marcação prévia, e
apresentam-se como uma excelente oportunidade para conhecer, de uma forma mais
sustentada, a história que cada artefacto exposto ‘esconde’.

Esta visita para os
utentes do Instituto Maria da Paz Varzim nasceu não só da curiosidade de
conhecer o renovado Museu, mas também no âmbito de uma iniciativa já dinamizada
por esta instituição, que periodicamente promove nas suas instalações encontros
com personalidades da comunidade poveira e não só. José Pessoa, da Direcção do
Instituto, explicou que, fruto da vontade de convidar Rui Anahory, surgiu então
a oportunidade de conhecer o escultor e também parte da sua obra, exposta no
Museu, em “Circunstâncias”.

Esta iniciativa reuniu
igualmente um conjunto de amigos do Instituto, como a Casa de Santa Maria da
Estela, o MAPADI e o Instituto Madre
Matilde. E para assinalar o momento, onde não faltou uma interpretação musical
das crianças do Instituto Maria da Paz Varzim, cada representante das
instituições presentes assinaram um diploma, a que se juntaram as assinaturas
representativas do Museu Municipal e as impressões digitais de quatro crianças
de cada instituição.

Tomando a palavra,
Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, foi abrindo o apetite aos
participantes para aquilo que iriam ver, com especial ênfase na exposição de
Rui Anahory. De facto, nem todos têm a oportunidade de visitar uma exposição na
presença do seu autor, mas neste caso tal pode ser um ‘risco’ para o escultor
porque, como afirmou descontraidamente o Vereador, “as crianças dizem aquilo
que sentem. Os adultos não, vão lá ver e mesmo não percebendo nada, dizem que
gostaram muito.” Numa palavra final de reconhecimento a todas as instituições presentes,
o também Vereador da Educação e da Acção Social não deixou de elogiar “o
trabalho muito importante” que desenvolvem. “Com certeza que aprendem muito com
as crianças”, finalizou.

Iniciou-se então a visita
guiada ao Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim. Desde os
achados na Cividade de Terroso, passando pela Lancha Poveira, pelo barco
Salva-Vidas, pela recriação em miniatura da vida dos pescadores de há muitos
anos atrás, as crianças foram circulando de sala em sala até chegarem a “Circunstâncias”
Aqui, Rui Anahory, que considera “fundamental” o contacto com a Arte em
criança, explicou os materiais que usou nas suas peças e o que elas representam
ou significam. No final, uma passagem pela exposição sobre os jogos tradicionais,
sendo que no pátio do Museu crianças e adultos tiveram a oportunidade de praticar
jogos há muito esquecidos como o da “carica” ou o da “patela”.

Visita Museu

Para além das
visitas guiadas, o Museu Municipal dispõe ainda de uma sala onde se podem fazer
projecções multimédia sobre várias temáticas, mediante marcação prévia. Estas
projecções incluem temáticas como o Património Artístico da Póvoa de Varzim, a
História do Museu Municipal, os Jogos Tradicionais e ainda, porque se aproxima
a comemoração do primeiro centenário da morte de Rocha Peixoto, uma projecção
sobre a vida deste importante arqueólogo, etnógrafo e bibliotecário, explorando
a sua vertente de museólogo e coleccionador.

O Museu Municipal está aberto de terça a domingo,
entre as 10h00 e as 12h30 e entre as 14h30 e as 18h00.