O estreante João Pedro Vala foi o primeiro a intervir e a fazer referência à panóplia de versões existentes desta música desde o My Way de Frank Sinatra a À minha maneira de Xutos e Pontapés. João Pedro Vala salientou o uso da repetição que assenta no nosso medo de que não seja verdade, medo de não nos estarmos a divertir, medo de estar a deixar passar a felicidade, uma vez que os medos são temas que não entram nas canções.

José Manuel Fajardo também fez alusão ao facto do mote desta mesa ser uma das músicas populares mais gravadas da história: My Way é a versão em língua inglesa da canção francesa Comme d’habitude, que foi lançada pela primeira vez pelo autor, Claude François, em 1967, na França. Em 1968, Frank Sinatra lançou sua versão em inglês, adaptada por Paul Anka e que virou um de seus maiores clássicos. Fajardo revelou que a própria história da canção Comme d’habitude resume o seu conceito de criação literária e partilhou que também já teve experiência de ser compositor escrevendo letras que foram musicadas e, pela primeira, pode assistir à reação do público, ao vivo, àquilo que escreve.

Lélia Nunes optou por uma apresentação muito pessoal e falou do efeito que esta canção tem em si. Revelou que a canção francesa a irrita pelo marasmo dos dias e dos atos e que My Way espelha um viver parecido, reporta dia-a-dia e maneira acostumada de viver. Já A Mi Manera tem um efeito louco, desinquieta e traz ao de cima uma mulher diferente: “ao escutar a música ela mexe com a Lélia que ninguém conhece e liberto a rebeldia”. A escritora brasileira confessou que tem “saudade da Lélia dos anos 60, das descobertas, da emancipação feminina, do beijo que gostaria de ter dado e nunca dei”.

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