O Diretor da Escola
de Música da Póvoa de Varzim começou por apresentar alguns apontamentos sobre a
música no cerimonial religioso poveiro desde o documento de 1787 pedido para a
formação do grupo instrumental.

No referido
documento, enviado à Sé de Braga, consta o pedido emitido por Francisco
Lourenço Monteiro da Silva para “fazerem um Coro de Música Eclesiástica” e
possam “exercitar o ministério da música com os seus instrumentos nas funções
eclesiásticas da Igreja”.

Recorrendo a outras
fontes, Abel Carriço destacou a versatilidade dos músicos e a riqueza
instrumental do grupo que ganhou profissionalismo e passou a ser contratado
para vários serviços, dando continuidade à sua formação no século XIX.

Apesar de terem
começado por reportório sacro, tinham também o urbano ao seu alcance e tal
ficou provado pela presença do grupo musical em peças de teatro na Câmara da
Póvoa.

Neste sentido, o
orador explanou alguns apontamentos sobre a música na diversão poveira,
referindo-se às operetas e às salas de espetáculos, os cafés concerto e o
casino, apontando algumas referências artísticas e breves enquadramentos
históricos no percurso narrativo, destacando a envolvência social e cultural da
época (viragem para o século XX).

Em jeito de
conclusão, Abel Carriço referiu-se à música como: uma presença constante na
sociedade poveira; o reflexo cultural de um povo; um contributo para a promoção
cultural e turística da Póvoa e como promotora da auto estima social pelos seus
criadores, atores e frequentadores.