Como referiu Luís Diamantino, Vereador do
Pelouro da Cultura, trata-se de um “livro que mitiga a saudade que temos do
passado” através de “histórias da Póvoa que conseguem despertar sentimentos e
provocar orgulho por sermos poveiros”. Luís Diamantino reconheceu a
Luís Costa o domínio da arte de escrever
acrescentando que “são exemplo de sabedoria as pessoas que contam histórias e é
importante haver quem as conte”, principalmente com o amor à nossa cidade que
este poveiro de coração transmite.

Natural de Coimbra e a viver em Braga há
vários anos, Luís
Costa confessou que “quando me sento à secretária para
escrever alguma coisa lembro-me sempre da Póvoa de Varzim”, onde viveu a sua
infância e juventude. São inúmeras as passagens que lhe vêm à cabeça, vividas
na sua mocidade que passa para o papel revelou o escritor afirmando que “quem
por aqui passa, torna-se um poveiro de coração devido à grandeza das suas gentes”.
“A Póvoa tem
esse atractivo tremendo, tem tudo, é uma grande cidade, da
qual se pode orgulhar” acrescentou Luís Costa dizendo
que se lembra sempre da cidade com saudade e está-lhe muito grato”.

A sessão contou ainda com o testemunho de
um dos 14 filhos de Luís
Costa, evocado como um pai presente e que sempre transmitiu
aos filhos o amor que tinha à Póvoa de Varzim e às suas tradições, fazendo
desta destino de muitos passeios em família marcados por peripécias partilhadas
com o público.

Fernando Pinheiro, editor de Novos Contos Poveiros, fez uma excelente
análise crítico-literária à obra, dividindo os 12 contos em quatro secções de
acordo com o subgénero que as categorizou: contos ficcionados, que misturam
realidade e ficção; contos de fundo pícaro, satírico e jocoso; contos de fundo
sociológico e antropológico e ainda prosa poética, tipologia atribuiu ao último
conto do livro “Amor platónico” que o editor considera terminar com “chave
d’ouro”.

Alguns ficcionados, outros vividos pelo autor e
outros ainda que fazem parte da tradição oral poveira são os contos reunidos na
obra apresentada perante uma sala onde não faltavam amigos da juventude que Luís Costa passou na
Póvoa e que tão boas recordações deixou na sua vida. A edição, que surge na
linha de Contos Poveiros, é, de
facto, um repositório de memórias de um tempo e de uma Póvoa de Varzim cheia de
tradições e onde o mar, e essa relação forte que com ele mantinha uma grande
parte da população, marcava a vida de toda uma comunidade.