Em 14 de Maio de 2006, a Câmara Municipal, em parceria com a Lipor, dava início a um projecto ambiental inovador, procurando novos benefícios económicos e ambientais para o município.
Em termos
ambientais, a Operação Restauração 5 Estrelas é compensadora
porque os resíduos sólidos orgânicos recolhidos são transformados num composto
útil e saudável para os campos de cultivo, reduzindo a utilização de pesticidas
e herbicidas. Os actuais 75 restaurantes e cantinas aderentes a esta iniciativa
separam os restos de comida do lixo indiferenciado, do vidro, do papel e do
metal, e colocam-nos num caixote castanho distribuído pela Câmara Municipal.
Todos os dias, um camião devidamente identificado recolhe os resíduos orgânicos
e entrega-os na Lipor onde o processo continua. A Compostagem é um método de
decomposição por bactérias e fungos, que dura seis meses, e que resulta num
adubo que poderá ser utilizado como fertilizante dos solos.
Em termos económicos, a “operação” revela-se
também uma mais valia para todos. Quando estes resíduos sólidos orgânicos
não eram separados, a factura paga pela Câmara Municipal à Lipor era maior,
dado que a entrega dos orgânicos é gratuita e a do lixo indiferenciado não.
Antes da separação, os restos de comida eram colocados juntamente
com o lixo indiferenciado, o que, naturalmente, fazia crescer o seu peso e os
custos inerentes.
Na
apresentação oficial do projecto Operação Restauração 5 Estrelas, a 18 de Maio,
o Vereador do Ambiente, Manuel Angélico, satisfeito com a adesão inicial de 60
estabelecimentos, lançava o desafio de “aumentar este número em pouco tempo”. A
intenção concretizou-se e passados cinco meses 75 estabelecimentos tornaram-se
parceiros do município nesta iniciativa. Manuel Angélico afirma que o número
não irá ficar por aqui: “estamos à espera que a Lipor nos ceda um camião para
iniciarmos outro trajecto que inclua novos aderentes”.
O Infantário O Ribeiro, um dos aderentes,
“participa neste projecto por mera preocupação com o ambiente”, afirma Clara
Rocha, coordenadora do jardim-de-infância. A formação dos funcionários para a
nova tarefa foi fácil, já que todos estavam interessados e conscientes da sua
importância, e a explicação às
crianças também não tardou. “Elas viram os caixotes e perguntaram para que
serviam e nós explicámos tudo”.
No Grande Colégio são servidas 600 refeições por
dia. O Eng. Rui Maia, director da escola, considera “uma pena se estes resíduos
orgânicos não fossem aproveitados”. A recolha do lixo tem corrido sem problemas
e agora só falta reunir os alunos para uma sessão de sensibilização, pois “eles
já sabem como e para que se separa o papel, o plástico e o metal, mas os
orgânicos ainda não.
Casimiro Barbosa, proprietário do restaurante O
Búzio, separa uma média de 80 quilos, por dia, de resíduos orgânicos. Os
seus funcionários adaptaram-se bem a esta nova tarefa e afirma que o fazem “pelo meio ambiente, já que não existem benefícios próprios”.
Segundo o Vereador, os estabelecimentos têm
cumprido a regra básica que gere este projecto depositando “no
caixote castanho apenas restos de comida” engrossando, a cada mês que passa, as
entregas para a compostagem à Lipor, num total de 341,770 toneladas,
o que deixa bastante satisfeito. O nosso desejo , afirma Manuel
Angélico, é que se generalize esta ideia da utilidade e
importância da separação dos lixos por toda a comunidade
poveira e que todos a realizem em suas casas, não só pelos
benefícios ambientais mas, também, pelos económicos: “principalmente em relação
ao vidro, já que é o material mais pesado e que, juntamente com o resto do lixo
caseiro indiferenciado, faz com que o concelho pague mais à Lipor“.
A Operação Restauração 5 Estrelas, seis meses
depois, é uma actividade instalada e com provas suficientes do seu
sucesso.