Perante mais de uma centena de militares, o autarca explicou a organização do poder local, o funcionamento das autarquias e das Juntas de Freguesia, quais as receitas principais do município e, claro, partilhando a sua experiência de 24 anos na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

Sobre o centenário, Aires Pereira esclareceu que “os poveiros devem perceber a importância da presença militar na Póvoa de Varzim e a colaboração preciosa que os membros do Quartel têm oferecido a muitos dos projetos municipais. Hoje já não sou capaz de conceber a cidade sem a vossa presença”.

Sobre o tema proposto, o Presidente da Câmara Municipal explicou a grande transformação que o 25 de Abril causou: “o poder local democrático, com órgãos e titulares eleitos pelo universo dos cidadãos, é uma conquista da Revolução. Antes, o Presidente da Câmara e os vereadores eram nomeados pelo partido único existente”.

Há 24 anos a exercer funções na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira considera ter uma experiência ímpar, conhecendo a fundo “todas as obras, projetos e o desenvolvimento do concelho nas últimas duas décadas”. O primeiro projeto em que esteve envolvido foi no desenvolvimento do saneamento. “A água era da cor da Coca-Cola e foi necessário muito trabalho para que os sistema evoluísse”, contou.

Quanto às principais receitas do município, o autarca esclareceu que são “o produto da cobrança dos impostos municipais, a derrama, as taxas das licenças, os serviços de água, saneamento e resíduos, a participação no FEF (Fundo de Equilíbrio Financeiro) e a participação do IRS”.

No que diz respeito às juntas de freguesia e à recente agregação, Aires Pereira deixou clara a sua opinião: “até hoje não consegui entender as vantagens das agregações. Os presidentes de Junta, na sua maioria, não eram remunerados. Apenas na Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim acontecia o contrário por ser uma freguesia com mais de dez mil eleitores. Por isso, aguardo conhecer as mais-valias que as agregações terão para as populações. Os presidentes da Junta tinham uma relação próxima com a população, funcionando quase uma relação de porta a porta, principalmente nas freguesias mais rurais. Hoje, a população têm a dificuldade da distância para resolver todas as questões”. Na Póvoa de Varzim, “os poveiros têm a vantagem de poder contar com boas acessibilidades e transportes públicos, mas no interior do país já não se verificará esta facilidade”, sublinhou Aires Pereira.   

O autarca não deixou de mencionar a LIPOR, uma unidade de referência no país e uma das principais empresas de tratamento de resíduos. Desta fazem parte oito municípios: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.

O Fundo Local de Emergência Social  foi um dos projetos municipais abordados pelo Presidente: “150 mil euros geridos pelo município destinados a apoiar as situações mais graves, temporárias e excecionais, que não se compadeçam com tempos de espera por outras ajudas institucionais, de que poderá resultar situações extraordinariamente graves”.

Para finalizar a sua palestra, Aires Pereira clarificou: “os funcionários são a maior riqueza da Câmara Municipal. Hoje contamos com 640 funcionários. A Câmara vizinha, a título exemplificativo, tem 1200 e essencialmente o mesmo número de habitantes. A Póvoa de Varzim tem um quadro técnico dos mais competentes e experientes do país”.   

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