O Ministro da Economia pretende que a
energia produzida a partir das ondas tenha dentro de dez anos a mesma
importância que tem hoje a energia eólica e lembrou que as energias renováveis
são responsáveis por 40% da produção de energia eléctrica. Na inauguração,
Manuel Pinho recordou ainda que a produção de energia a partir do
vento dá emprego a muitas pessoas. «Um pouco a norte, trabalham mais de
dez mil pessoas em termos directos e indirectos no que diz respeito à energia
eólica e há 15 anos a energia eólica não era nada, era apenas uma técnica totalmente
experimental», explicou. O titular da pasta da Economia chamou à atenção para a
importância desta energia em países como Portugal e a Dinamarca e frisou que
Portugal é um dos países «mais avançados do mundo» nesta técnica.

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A bordo da Fragata Corte Real da Marinha Portuguesa e a uma distância de
segurança de cinco quilómetros das duas máquinas Pelamis já instaladas,
convidados e imprensa assistiram ao içar da Bandeira Portuguesa, acto que
marcou oficialmente a inauguração deste projecto de “energia verde”. Uma das
máquinas foi instalada já a 15 de Julho deste ano, e injectou, pela primeira
vez electricidade na rede a partir das ondas.
A segunda máquina foi instalada hoje.

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Este projecto irá, inicialmente, gerar
energia utilizando três conversores Pelamis Wave Energy, as quais são
estruturas cilíndricas articuladas, semi-submersas e compostas por secções  ligadas por juntas articuladas. As máquinas
têm um comprimento total de aproximadamente 142 metros e um diâmetro de 3,5
metros, pesando cada uma aproximadamente 700 toneladas. Em cada um dos três
módulos de potência existem dois geradores com potência nominal de 125 kW. Cada
máquina tem assim uma potência global de 750 kW.

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Nesta primeira fase, o investimento total
corresponde a cerca de 9 milhões de euros. A segunda fase do projecto será a de
produção e instalação de outras 25 máquinas com
objectivo de aumentar a capacidade instalada até 21 MW. Os geradores
estão localizados a cerca de três milhas da costa. Uma vez concluído o
projecto, espera-se responder à procura média anual de electricidade de cerca
de 15 mil famílias, evitando a emissão de mais de 60 mil toneladas/ano de
emissões de dióxido de carbono em centrais convencionais.

O projecto de energia das ondas é uma joint-venture
com 77% detidos por um grupo de três promotores – EDP, Efacec e
Babcock&Brown – e 23% detidos pelo tecnólogo, a Pelamis Wave Power Limited.
O projecto representa um passo significativo nos esforços para viabilizar a
energia das ondas como uma fonte de electricidade comercialmente viável. A
prová-lo está também a associação das três empresas com o objectivo de fomentar
projectos experimentais que sirvam de base para o desenvolvimento de um cluster Português na área da energia das
ondas, envolvendo a promoção de projectos de produção de electricidade e a
criação e desenvolvimento de equipamentos e unidades fabris.