Como o Caminho de Santiago passava, e
passa, por São Pedro de Rates, onde existe até um albergue para peregrinos, o
ponto de partida para este percurso de cerca de 12 quilómetros será
precisamente a vila ancestral, onde se encontra também uma das mais antigas
igrejas do país, com mais de 900 anos de História.
Do largo da bem conhecida igreja românica
partirá então, às 14h30, o grupo de participantes, que se terão inscrito
previamente, até esta quinta-feira, dia 10, no Museu Municipal. As inscrições
são gratuitas, cabendo aos “peregrinos” levar unicamente um farnel para a tarde
que se avizinha longa e durante a qual todos vão ficar a conhecer, não só os
locais de passagem dos romeiros de Santiago de Compostela, como também alguns
dos pontos históricos de maior interesse do percurso.
De Rates o grupo será levado de
autocarro até à ponte medieval D. Zameiro, perto da qual se situa a capela da
Senhora da Ajuda, onde será feita a bênção do “peregrino”. A partir daqui, o caminho
faz-se a pé, de volta a São Pedro de Rates, com passagem pela Estalagem das
Pulgas, que já não funciona, mas que é referida por Camilo Castelo Branco na
obra “A Filha do Arcediago”, pelas Mamoas de Fulom, do Neolítico, e pela Igreja
de São Simão da Junqueira, que data do século XVIII, entre outros pontos de
interesse.
A cada “peregrino” é entregue uma
credencial que é carimbada em vários pontos do percurso, o que permitirá
atestar a participação e a conclusão deste troço da rota de Santiago.
O dia termina com uma bem merecida
merenda em Rates, local do legendário martírio do primeiro arcebispo da
Península Ibérica, S. Pedro de Rates, e zona de passagem nas peregrinações a
Santiago de Compostela.
A história sagrada da Península Ibérica está,
desde a Idade Média, marcada pela devoção a São Tiago e, na zona bracarense, a
S. Pedro de Rates, nomeado bispo pelo anterior. A povoação de Rates encontra-se
num dos antigos caminhos para Compostela, tradição que conserva com orgulho,
nomeadamente com a manutenção do albergue de peregrinos.