O
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas destacou a importância deste
universo, fundamental para o país não só sob o ponto de vista económico, mas
também cultural e científico. Neste sentido, revelou que “algumas das famílias
mais ricas do mundo têm passaporte português”. A título de exemplo, citou
Craig, professor e investigador norte-americano de origem açoriana, que foi
galardoado em 2006 com o Prémio Nobel da Medicina, e divulgou que uma das
maiores empresas da área informática na Argentina é de portugueses. Assim como
a nível político, “temos muita gente que ocupa funções de elevada relevância”.

Tendo em
conta esta realidade, José Cesário alertou “temos uma missão: conseguir
aproximar Portugal a este universo de portugueses espalhado pelo Mundo”
acrescentando que “a prioridade da nossa diplomacia é a diplomacia económica e
não conseguiremos fazer diplomacia económica sem nos ligarmos mais a estes
cinco milhões”.

O Secretário
de Estado advertiu que “a internacionalização da nossa economia passa também
pelo poder local, que poderá ter um papel muito decisivo, enquanto
intermediário na resposta, rápida e eficaz, a dar a este público”.

Consciente
de que, neste momento, não há nenhuma área de governação que possa ficar isenta
de contenção, nomeadamente, este sector, José Cesário vê na proximidade a este
grupo de pessoas uma oportunidade. “Quem se aproximar mais deste universo de
pessoas só tem a ganhar”, garantiu.

Sobre a
emigração na generalidade, preveniu que esta não tem só aspectos positivos e
quem pensar fazê-lo deverá informar-se devidamente. “Emigrar é um acto que tem
de ser muito bem pensado e requer enormes cautelas. Quando se dá esse passo, é
preciso dá-lo com segurança”, alertou. Estas advertências fazem todo o sentido,
principalmente numa altura em que as questões da emigração voltaram a estar no
centro das atenções porque as circunstâncias económicas assim o incitam. “Hoje
é quase inevitável haver famílias com emigrantes”, constatou, acrescentando que
há motivações diferentes para o fazer, nomeadamente, “por necessidade e por
ambição”.

A sessão
contou ainda com o testemunho de Manuel Agonia, um empresário de sucesso, que
falou da sua experiência de vida que também passou pela emigração.

A conferência surgiu a convite do Clube de
Caçadores da Estela, no âmbito das actividades culturais que a associação
organiza. Segundo José Manuel Almeida, Presidente do Clube, “ter o poder
político numa freguesia como esta é o que a maioria dos cidadãos de uma aldeia
aspira”, justificando que “é uma honra para a Estela” contar com a presença do
Secretário de Estado. Quanto ao tema escolhido, esclareceu que faz todo o
sentido, quer pela sua actualidade, quer pelo facto de “não haver talvez uma
família que não tivesse, outrora, um filho emigrante porque durante muito tempo
o êxodo rural foi uma realidade na Estela”.