A sessão evocativa organizada pela Biblioteca intitulou-se “Um Mestre da Letra”. 

O Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e responsável pelo Pelouro da Cultura, Luís Diamantino, esteve presente nesta homenagem que incluiu a apresentação do livro A Memória e o Carácter 500 Anos de Tipografia e Caligrafia. A obra foi escrita por Manuel Rodrigues Pereira da Silva e foi apresentada por Antero Ferreira. O autor foca-se nas personalidades mais marcantes da vida portuguesa no que respeita à letra e a questões com ela relacionadas. Assim, os capítulos são dedicados, sucessivamente, à letra Rotunda, aos tipógrafos Manuel Barata, Andrade de Figueiredo, Jean de Villeneuve, Ventura da Silva e ao tipo Augustal–Elzevir. No capítulo VIII dedicado ao próprio Manuel Silva é de salientar o seu contributo para a introdução e estabelecimento da fotocomposição em Portugal e os 13 folhetos sobre tipografia produzidos pelo autor do livro. O último capítulo (não terminado) é dedicado a Mário Feliciano.

A obra, com mais de 500 páginas, encerra com um útil glossário e uma extensa bibliografia temática.

A par desta apresentação foi inaugurada uma mostra documental sobre “Manuel Silva:  tipógrafo – tipólogo” constituída por bibliografia, fotografias e prova tipográfica da sua obra  A Memória e o Carácter 500 Anos de Tipografia e Caligrafia.

A mostra estará patente até 3 de novembro na Biblioteca Municipal.

Manuel Pereira da Silva trabalhou, em 1964, na Agência de Publicidade “Êxito”, então dirigida pelos escritores Alberto Ferreira e Alves Redol. No ano seguinte fundou a oficina Prograf, “pioneira na produção de provas de tipos e títulos foto compostos como atividade independente”. Em 1977 encontrava-se ligado à empresa Trama e, uma dezena de anos depois, dedicava-se já a exposições individuais relacionadas com a tipografia, os caracteres e a escrita. Este técnico e investigador foi, sem dúvida, um dos mais profundos estudiosos da problemática do carácter e da letra em Portugal, tendo sido responsável pela criação de várias fontes tipográficas (Rotunda, Andrade, JVentura, Fontanela ou Tialira, entre outras), tendo dado vida, de igual modo, a várias famílias de fontes digitais.