A Igreja da Matriz e a Igreja do Senhor dos Navegantes, nas Caxinas, pertencentes ao arciprestado de Póvoa de Varzim e Vila do Conde, foram duas das igrejas seleccionadas para integrarem este projecto de inventariação, que deverá estar concluído dentro de um ano e que vai ainda abranger as colecções de pintura, numismática e de têxteis do Museu Pio XII, em Braga, as igrejas de Nossa Senhora da Oliveira, dos Santos Passos e de São Domingos, em Guimarães e a Igreja Matriz e o Museu de Arte Sacra, em Esposende.

No caso do arciprestado da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, a tarefa de inventariação está facilitada, uma vez que, com a colaboração do Museu Municipal e do Monsenhor Manuel Amorim (entretanto falecido), foi feito um pré-inventário de arte sacra, que levou, em 2002, à publicação de “Opera Fidei, obras de arte num Museu de História” e à realização de várias exposições sobre o tema que, de acordo com responsáveis do Museu, foram das que atraíram mais visitantes nos últimos anos.
Sob a designação de “Projecto de inventariação do património da Arquidiocese de Braga: criação de uma base de dados”, esta iniciativa surge, conforme explicou o seu responsável, o Cónego José Paulo Abreu, “antes de mais, da necessidade de proteger um património rico e vasto, que, infelizmente, tem sido alvo de cobiça e roubo”. Mas, mais do que proteger, trata-se também de divulgar e dar a conhecer peças de inestimável valor. É por esse motivo que, após a conclusão da inventariação e da criação de uma base de dados, com imagens e fichas identificativas das peças inventariadas, passar-se-á à fase da divulgação que, como explicou o Cónego José Paulo Abreu, “passará pela colocação, em cada uma das igrejas que vão fazer parte desta fase inicial do projecto, de quiosques multimédia, que permitem consultar a base de dados referente à igreja em que se encontra o quiosque”. A realização de cinco sessões de apresentação de resultados, em Julho do próximo ano, a criação de uma página de Internet e a edição de desdobráveis e de oito volumes, referentes a cada um dos locais inventariados, são outras das formas escolhidas para divulgar os resultados e promover a partilha de informação.
O projecto é ambicioso e, de acordo com as estimativas, deverá levar à elaboração de 3620 fichas identificativas. O custo global rondará os 169 mil euros, dos quais 126 mil serão comparticipados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte, cabendo à Arquidiocese o investimento de pouco mais de 42 mil euros.
O objectivo, como afirmou o responsável pelo projecto, é “realizar, nos próximos anos, o inventário de todas as igrejas da Arquidiocese, mas, para já, só é possível avançar nas igrejas e museus referidos”. A nível nacional há projectos semelhantes a decorrer nas dioceses do Porto, Lamego, Beja, Évora e Bragança-Miranda.