A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim realizou esta tarde uma conferência de imprensa para prestar esclarecimentos face à interdição de várias praias da sua área urbana, devido a análises da Delegação de Saúde Local, que revelam a existência de salmonelas na água do mar.
A Câmara
Municipal da Póvoa de Varzim realizou esta tarde uma conferência de imprensa
para prestar esclarecimentos face à interdição de várias praias da
sua área urbana, devido a análises da
Delegação de Saúde Local, que revelam a existência de
salmonelas na água do
mar.
Reafirmando
uma postura de colaboração com as entidades sanitárias competentes, a Câmara
Municipal divulgou que os resultados das análises que manda semanalmente
realizar, em laboratórios devidamente credenciados e reconhecidos pelo
Ministério do Ambiente, não coincidem com os da Delegação de Saúde. As análises
realizadas por esta entidade em 18 de Julho levaram à interdição, dez dias mais
tarde, da Praia da Lagoa e da Redonda Leixão, junto ao molhe norte do porto de
pesca; posteriormente, nova análise realizada a 1 de Agosto, revelou, uma vez
mais a existência de salmonelas, desta vez na praia da Lada, o que levou ao
hastear de bandeiras vermelhas ao longo de toda a marginal norte da cidade,
neste último fim-de-semana. As análises que a Câmara Municipal, ao contrário da
Delegação de Saúde, realiza semanalmente revelaram sempre resultados
negativos.
Como revelou
a Câmara Municipal, não se verifica uma
coincidência nos resultados das análises e, por esse motivo, foram recolhidas
esta manhã, em conjunto com a Delegação de Saúde, novas amostras de água para se
verificar o que poderá estar na origem da diferença de
valores.
Durante a
conferência de imprensa, afirmou-se ainda que não existem saídas de esgotos ao
longo da linha de costa da cidade. Toda a rede de águas residuais da Póvoa está
canalizada para os limites do molhe sul do porto de pesca, para onde se previa
a construção de uma Estação de
Tratamento de Águas Residuais conjunta com Vila do Conde. O que existe ao longo
da praia são saídas de águas pluviais que, durante o Verão e para impedir que
por lá saiam também águas de lavagem de casas e terrenos, são interceptadas,
sendo os caudais, que evidentemente têm pouca expressão, canalizados para a rede
de águas residuais. Há saídas de águas pluviais na Praia da Lagoa, entre a Praia
Azul e a da Lada, no seguimento da Avenida Santos Graça, perto da Esplanada do
Carvalhido, no seguimento da Rua Elias Garcia, e duas no interior do porto de
pesca. Estando estas saídas devidamente interceptadas e não havendo escoamento
de esgotos ao longo da costa, torna-se difícil compreender a leitura das
análises que revelam níveis de salmonelas na água do mar.
A Câmara
Municipal afirmou, no entanto, compreender esta atitude preventiva, por parte
das entidades sanitárias, afirmando que só elas têm competência nesta área, e
manifestando ainda a sua intenção em manter uma atitude de
colaboração e de atenção permanente ao desenrolar desta
situação.
A autarquia
alertou ainda para a necessidade de haver, a nível nacional, uma preocupação
séria com a poluição da linha de costa e um plano de investimento e intervenção
nesta área, uma vez que de nada serve haver
um concelho que possua uma Estação de Tratamento de Águas Residuais se o
concelho vizinho fizer descargas de esgotos não tratados directamente para o
mar.