Luís Filipe Castro Mendes começou por fazer uma homenagem à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim porque “compreende que com a cultura enriquece não apenas a humanidade mas é também uma fonte de riqueza material. É importante que o poder local compreenda isso e faça um trabalho tão importante como o que a Câmara da Póvoa faz aqui”. Agradeceu ao Casino da Póvoa pela atividade cultural que desenvolve e enfatizou ainda o facto de que “toda a cidade vive estas Correntes d’Escritas. Há um movimento diferente nas ruas”.

Fez também questão de homenagear os escritores Juan Gabriel Vásquez (Vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa 2018) e Luis Fernando Verissimo (autor homenageado na 17ª Revista Correntes d’Escritas).

O Ministro da Cultura transmitiu que “o facto de terem premiado um escritor colombiano revela uma grande dimensão deste encontro: estão presentes duas línguas (português e espanhol) de projeção mundial, dando ao Correntes uma dimensão mundo”.

Luís Filipe Castro Mendes recordou que já participou em algumas edições do Correntes d’Escritas enquanto escritor convidado e realçou “a partilha, solidariedade, amizade e conhecimento uns dos outros” que o evento proporciona.

No âmbito dos Prémios Literários, além do grande prémio do Correntes, o Ministro destacou o Prémio Conto Infantil Ilustrado que considera “extremamente importante porque cria o amor à leitura” e este propósito referiu outra vertente do evento que entende ser fundamental: “o encontro de escritores com alunos de diferentes níveis de ensino. Sem a literatura a aprendizagem da língua ficaria terrivelmente empobrecida e digo também a aprendizagem da vida”.

O Ministro da Cultura revelou que, na área das bibliotecas, está a ser desenvolvido “um trabalho conjunto com as comunidades intermunicipais com o objetivo de criar redes intermunicipais de bibliotecas e, entre outros, cooperar estreitamente com as bibliotecas públicas e bibliotecas escolares”. Referiu-se ao importante papel das livrarias e a medidas a serem implementadas em relação às mesmas. Anunciou ainda que o governo retomou, em 2017 e ao fim de 15 anos, as Bolsas de Criação Literária e também o Prémio Design do Livro que terá a primeira edição em 2018.

O Ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente, é dos autores convidados desta edição e esteve presente na Sessão Oficial de Abertura.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, começou por lançar o desafio às pessoas principais nesta área – Luís Diamantino e Manuela Ribeiro – para o 20º aniversário do Correntes d’Escritas: “vamos ter que inovar, que nos reinventar, vamos ter que fazer com que isto perdure mais 20 anos. Portanto, dentro deste espírito em que a Póvoa pretende criar uma dinâmica com a participação das escolas e dos nossos alunos e a evolução cultural da nossa sociedade, é um evento que iremos continuar a realizar. Traz, naturalmente, muita visibilidade à Póvoa de Varzim e muito conhecimento, mesmo além-fronteiras”.

Sobre a Candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, Aires Pereira transmitiu que “estamos a terminar esse processo. É também uma forma de darmos maior visibilidade ao evento e, por acrescento, projeção à nossa cidade. Daí o desafio de termos que nos reinventar relativamente a esta matéria, com a mesma simpatia e o mesmo profissionalismo para que os escritores se sintam como em casa”.

O Presidente referiu-se aos diferentes usos que ele – autarca – e os escritores dão à palavra porque desempenham “papéis diferentes” mas com um objetivo comum: “elevar culturalmente a sociedade, reforçando a centralidade da cultura e do lazer no processo de desenvolvimento da Póvoa de Varzim, hoje, e por mérito muito partilhado, uma cidade criativa”.

E a propósito deste objetivo, o edil esclareceu que “será, naturalmente, na literatura que ancoraremos o desígnio de virmos a ser internacionalmente reconhecidos como “cidade criativa”, não esquecendo que as artes se querem juntas e que, portanto, a nossa cidade será também território fértil para os multimédia, o artesanato, o design, o cinema, a música e a arte popular, enfim, para tudo aquilo que, identificando o nosso tempo, afirma a nossa fidelidade às raízes e aos valores que nos caraterizam como comunidade e, portanto, alicerçam a nossa capacidade competitiva”.

Aires Pereira transmitiu que “ao apostar na cultura e no lazer como vetores estratégicos do seu desenvolvimento, a Póvoa de Varzim potenciou não apenas a ambiência cultural que emergiu, renovada, das entranhas deste esforço reabilitador, mas igualmente a tradição que era ainda uma referência e solidificava esse movimento, aliada ao vigor juvenil de uma geração que se afirmava culturalmente nas áreas da literatura e da música. Porque a cultura gera emprego, cria riqueza, dinamiza a economia, capta fluxos turísticos significativos, promove a atratividade da cidade”.

O Presidente da Câmara revelou que “o nosso objetivo é, hoje, fazer da Póvoa de Varzim uma cidade e um território onde a literatura, as artes, a ciência e a tecnologia cresçam juntas, num processo coletivo multidisciplinar, que abrace a comunidade, que gere o ambiente propício à afirmação do talento e dos projetos criativos”.

O Presidente da administração do Casino, Dionísio Vinagre, referiu que “vamos no 19º ano de Correntes d’Escritas e vamos no 19º ano de parceria do Casino da Póvoa com a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim neste evento de relevo nacional de que fomos pioneiros”, acrescentando que “a intervenção do Casino da Póvoa, no domínio da cultura, felizmente, não se resume apenas ao Correntes d’Escritas”.

Terminou transmitindo que “podem contar connosco para 20ª edição do Correntes d’Escritas e podem continuar connosco sabendo que o Casino da Póvoa nunca deixará de ter, no âmbito da cultura, da arte e do espetáculo, o apoio àquilo que é nosso”.  

Em representação dos escritores, Inês Pedrosa referiu que “encontramos aqui, todos os anos, o brilho dos olhos dos leitores, esse brilho que nas horas difíceis nos dá o alento e nos faz continuar”.

Esta cerimónia contou, como habitualmente, com o lançamento da Revista Correntes d’Escritas 17, dedicada a Luis Fernando Verissimo que por razões de força maior teve de cancelar a sua participação nesta edição, enviando um texto que foi lido por Manuela Ribeiro: “um grande abraço a todos. No ano que vem, não faltaremos”.

Quanto aos Concursos Literários, A força das ruínas, de Juan Gabriel Vásquez, é a obra vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa 2018, no valor de 20 mil euros. O escritor premiado estará presente na entrega de prémios, que decorre sábado, dia 24.

O conto Balanton de Ana Beatriz Correia de Sousa, que concorreu com o pseudónimo de Anita Guimarães, foi o escolhido para o Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus.

Em relação ao Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora, receberam os prémios os autores dos seguintes trabalhos: primeiro lugar: “O Advento na Achada”, do 4º ano da Escola EBJI Dr. Clemente Tavares, de Gaula, S.ta Cruz, Madeira; segundo lugar: “A Mochila Esquecida”, do 4º ano A da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar; terceiro lugar: “Onde a LUZ se esconde”, do 4º ano B e 3º da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar. Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa de Ilustração ao trabalho “Nweti, a filha da lua” do 4º ano D da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa de Maputo.

O Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas 2018 não foi atribuído por o júri considerar que a obra a concurso não correspondia “à exigência literária necessária para a sua concessão”.

Acompanhe o 19º Correntes d’Escritas no portal municipal e no facebook Correntes, onde pode consultar o programa completo do evento e ficar a par de todas as novidades.