O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim acompanhou a visita e teve oportunidade para conversar com Assunção Cristas sobre o problema do assoreamento do Porto, o atraso no início da dragagem e outras questões relacionadas.

Para Aires Pereira, “a vinda da Ministra à Póvoa de Varzim justificar o atraso dos trabalhos é uma boa medida porque também percebi, hoje, pela Senhora Ministra, que as informações que lhe chegam por parte dos serviços da Secretaria de Estado do Mar nem sempre correspondem à realidade.

O facto de ter ido ao sítio e ter visto fez com a que a própria tivesse ficado sensibilizada e tivesse percebido que podemos estar ali a gastar dinheiro que pode ter pouca utilidade. E desde logo lhe lancei o desafio de prolongarmos este contrato até ao limite daquilo que a lei nos permite, mais 25% para aproveitarmos o equipamento que cá está e conseguirmos dragar mais”.

O edil informou que “também lhe dei conhecimento da iniciativa do Grupo Parlamentar do PSD de colocar uma petição no sentido do próximo Orçamento de Estado ter uma verba de cerca de um milhão de euros para continuarmos com este trabalho para ver se ao fim de três anos temos o porto completamente recuperado e dragado de modo a ter condições de operacionalidade que há muito tempo não vem tendo e que, com uma simples dragagem de manutenção consigamos ter o porto a funcionar”.

Embora reconheça que a visita de Assunção Cristas não foi comunicada da melhor forma, sendo apenas dado conhecimento ao Presidente da Câmara a sua vinda, Aires Pereira destacou que “o que importa mesmo é que ficou sensibilizada, viu in loco as dificuldades que os nossos pescadores têm em operar no Porto de Pesca da Póvoa de Varzim. Portanto, estou convencido de que irá atuar e pedi-lhe que a partir de janeiro se iniciasse já um novo procedimento, abertura de novo concurso para não termos que esperar até ao final do verão”.

O edil partilhou ainda ter a certeza de que “se não tivesse tomado a posição pública que tomei, ainda hoje a dragagem não tinha iniciado porque os problemas invocados para que os trabalhos não se iniciassem ainda hoje persistem. Isto quer dizer que, quando as pessoas têm vontade, conseguem ultrapassar as barreiras. Não gostava que as coisas fossem assim mas em defesa do interesse dos pescadores e todos aqueles que trabalham na área portuária tinha que fazer o que fiz. E não me arrependo disso”.

Aires Pereira transmitiu que a Ministra reconheceu que “a situação é caótica, que o Porto começa a ter grandes dificuldades de operação e que a dragagem que está agora a decorrer não vai resolver nada. Muito pelo contrário, pode, se não tiver continuidade, ser dinheiro deitado fora”.

O Presidente da Câmara aproveitou para sensibilizar Assunção Cristas para outra questão muito importante: “estarmos a largar a duas milhas e meia os dragados, sendo que estes fazem muita falta ao enchimento das nossas praias. A Câmara vai comprar cinco mil metros cúbicos de areia para recarregar as praias do norte que foram objeto das intempéries do ano passado. Não percebo esta insistência em continuarem a depositar os dragados a duas milhas e meia, que nunca mais têm hipótese de regressar à deriva costeira e que, de alguma forma poderiam estabilizar esta situação”.

Sobre este tema, Aires Pereira transmitiu que “a Ministra reconhece que o problema não tem sido tratado entre o Ministério do Mar e o Ministério do Ambiente da forma que o interesse nacional obriga a que seja tratado”. Isto porque “estamos a gastar dinheiro a retirar a areia que está a dificultar a entrada no porto mas, por outro lado, podíamos estar a resolver, ao mesmo tempo, o problema do recarregamento das praias e não estamos a fazê-lo. Teremos que ir comprar inertes para o efeito”. Para o edil este é também um aspeto que “merece muita preocupação sob pena de, dentro de poucos anos termos as praias só com pedras porque a areia vai saindo. Por diversos fatores, a costa portuguesa tem vindo a recuar e zonas que eram praia de areia são hoje praia de pedra”.

Em jeito de conclusão, o Presidente disse: “espero que no início do próximo ano se inicie logo o procedimento para a adjudicação de mais 150 mil metros cúbicos porque isso só vai mesmo depender da vontade do Ministério”.

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