“Escrevo porque é a única maneira que tenho de
ajudar os outros”, explicou a autora, avançado que parte das receitas da venda
do livro revertem a favor do Instituto Maria da Paz Varzim e do projecto “Acolher
uma criança em Cabo Verde”. Quem nunca
escreveu a lápis?
é um livro infantil, “feito em memória do meu pai” e onde
o lápis Viarco Alandino é o personagem principal das estórias contadas.

“Rosa Guedes possui
a capacidade de nos fazer mergulhar na infância”, explicou Cândida Pinheiro
Torres, amiga da escritora. Reconhecendo que a ligação estabelecida com lápis e
cadernos que dão mote ao livro se tem vindo a perder ao longo do tempo, Cândida
Pinheiro Torres disse ser “urgente o regresso no nosso Viarco Alandino e a
leitura de Quem nunca escreveu a lápis?”,
um livro “onde a Rosa nos faz descobrir o que é necessário para a concretização
dos sonhos”  e nos faz ver que “o lápis
está presente para o que der e vier”.

Presentes no
lançamento promocional do livro estavam também Odete Costa, do Instituto Maria
da Paz Varzim e o Padre Névoa, responsável pelo projecto “Acolher uma criança
em Cabo Verde”. Visivelmente satisfeita com este gesto da autora, Odete Costa
explicou que “a nossa instituição fica sempre sensibilizada com as ajudas,
principalmente quando são inesperadas”. O Instituto Maria da Paz Varzim,
localizado na Póvoa de Varzim, na Praça do Almada, existe desde 1989 e, como
explicou a representante, dá apoio a centenas de crianças provenientes de famílias
desestruturadas.

Manifestando a sua
admiração por Rosa Guedes “por se ter lembrado das causas sociais”, o Padre
Névoa deu a conhecer o projecto “Acolher uma criança em Cabo Verde”, nascido da
geminação entre a Apúlia e S. Tiago, Cabo Verde. O projecto existe desde 2001 e
engloba 306 crianças, cujos estudos são pagos através de donativos de pessoas
durante seis anos.

A apresentação do
livro terminou com uma breve actuação musical de Eduarda Oliveira e Sara Gomes,
que interpretaram os temas Amazing Grace,
Eu sei, de Sara Tavares, e Perdidamente, dos Trovante. Um
contributo também valorizado por Rosa Guedes que, fazendo dela as palavras de
Indira Ghandi, afirmou que “só podemos dar a mão quando não temos os punhos
cerrados”.

Quem
nunca escreveu a lápis?
é o
terceiro livro de Rosa Guedes, que começou a sua carreira de sucesso na escrita
com Clara toma chá com a consciência,
também apresentado na Póvoa, a que se seguiu Olhares sobre a Infância em novelo.