Aires Pereira e Luís Diamantino, Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal, participaram neste reconhecimento público.

A cerimónia, realizada um ano após o seu falecimento, contou com a colocação de uma placa na campa onde está sepultado Adelino Mota, no cemitério de Terroso, seguida da inauguração de um espaço na sede do Rancho Poveiro, na Póvoa de Varzim, onde se encontra parte do legado deixado pelo homem que escreveu inúmeras letras e compôs músicas para as associações e grupos folclóricos poveiros.

O Presidente da autarquia lembrou que Adelino Mota “foi o único que até hoje se recusou a receber a mais alta distinção que o Município tem para um cidadão individual, a medalha de reconhecimento poveiro”. Isto, “apesar de muitas insistências e do carinho especial que o Dr. Macedo Vieira tinha pelo Sr. Adelino Mota e que fez contagiar todo o executivo”, acrescentou.

Neste sentido, Aires Pereira considera “muito importante poder juntar num sítio parte do espólio do Sr. Adelino Mota porque, muitas vezes, perde-se e dispersa-se. Nada melhor do que ficar naquela que era a sua segunda casa, a casa onde ensaia o Rancho Poveiro”, constatou.

“Temos aqui um cantinho para podermos olhar para a sua fotografia e para algumas das coisas que ele produziu e que utilizou”, acrescentou o autarca, reconhecendo que as mesmas “podem constituir um incentivo para os mais novos, que no exemplo do Sr. Adelino Mota podem também ter um exemplo de vida”.

O edil dirigiu ainda uma palavra aos familiares do homenageado presentes transmitindo-lhes que “devem estar muito orgulhosos daquilo que o Sr. Adelino Mota nos deu: a sua sabedoria, o seu tempo e a sua dedicação”.

Jacinto Sá, Presidente do Rancho Poveiro e “muito amigo” de Adelino Mota, referiu-se também à recusa do compositor, “por duas vezes”, em ser homenageado pelo Município Poveiro. Neste sentido, realçou a “bondade” do amigo, “desprendido de tudo”.

Quanto ao espaço dedicado a Adelino Mota na sede do Rancho, explicou que “aqui está perpetuado todo o repertório que fez para os bairros. Não é uma vitrina de grandes troféus mas tem imenso papel com muita qualidade”, constatou.

“A geração que vier depois da nossa tem aqui muito por onde escolher”, referiu Jacinto Sá esclarecendo que “aqui só se encontra reunida uma parte”, faltando composições de música sacra e outras que ainda se encontram na posse da família. No entanto, “vamos continuar a compilar todo o trabalho de Adelino Mota”, garantiu, acrescentando que o Rancho Poveiro tem ainda um acordeão e viola, instrumentos que pertenceram a Adelino Mota e o Rancho passará a usar nas suas atuações.

“Adelino Mota continuará sempre connosco, quer em Portugal quer no estrangeiro, com as suas músicas, os seus viras e as suas rusgas, a pensar sempre na Póvoa e em Terroso”, transmitiu Jacinto Sá.

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