Póvoa de Varzim, 05.07.2011 - Raquel Camarinha foi, recentemente, considerada como a melhor jovem cantora lírica portuguesa da actualidade.
Este jovem talento,
que viveu na nossa cidade, iniciou seus estudos de Canto em 2000, na Escola de
Música da Póvoa de Varzim, mantendo a sua ligação, como “filha ilustre da terra”,
através de actuações em espectáculos e ainda como participante no Festival
Internacional de Música da Póvoa de Varzim, em 2007 e 2008.
A soprano foi a
vencedora do Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, que decorreu entre os dias
20 e 28 de Junho, em Setúbal.
A estudar
actualmente em França, Raquel Camarinha atribuiu bastante significado a este
prémio pois reconhece tratar-se de “um importante concurso a nível nacional que
confere visibilidade aos premiados que, de outra forma, não era possível”,
acrescentando que participar no concurso e ser distinguida com o primeiro
prémio também a fez sentir-se ligada ao seu país.
Consciente de que o
nível dos participantes “era muito bom”, Raquel Camarinha manifestou a sua satisfação
em ter arrecadado o primeiro prémio de voz feminina revelando que para tal
trabalhou imenso e era algo que desejava.
Ainda no âmbito
deste concurso, Raquel Camarinha arrecadou o Prémio Ana
Lagoa, para a melhor interpretação de Ária de Ópera.
Raquel Camarinha
Nasceu em Braga em 1986. Inicia
os estudos de Canto em 2000, concluindo em 2004 o Curso Secundário de Canto,
com a classificação máxima. Termina em 2009 a Licenciatura em Ensino de Música
– Canto, na Universidade de Aveiro, tendo sido, por várias vezes, bolseira da
mesma universidade. Em 2011 conclui com Mention Très Bien o Mestrado em Canto
no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.
Foi galardoada com o segundo
prémio no Prémio José Augusto Alegria 2007 e no 2º Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa, o terceiro prémio no Prémio Jovens Músicos 2007 e o Award of Excellence, no âmbito dos Cursos de
Ópera do Estoril 2008. Em 2011, foi galardoada com o 1º prémio no Concurso
Nacional de Canto Luísa Todi, juntamente com o Prémio Ana Lagoa, para a melhor
interpretação de Ária de Ópera.
O seu reportório abarca obras
desde o Barroco até ao contemporâneo. Em ópera, interpretou, entre outros,
Pamina (Die Zauberflöte), Zerlina (D.Giovanni), Eurydice (Orphée aux Enfers), Polly (Die Dreigroschenoper). Em oratória,
participou como solista em obras como Matthäuspassion, Cantata 51 e Cantata 93, de Bach, Die Jahreszeiten e Die Schöpfung, de Haydn, Exsultate, jubilate, de Mozart e Stabat Mater, de Pärt. Apresenta-se regularmente em concerto em Portugal e na
Europa. Desenvolve igualmente um grande interesse pelo reportório mais recente,
tendo estreado obras de vários compositores, portugueses e estrangeiros, e
incluindo no seu reportório, entre outras, obras de Schoenberg, Weill, Berio,
Stockhausen, Xenakis e Aperghis.
Futuramente interpretará Ermione, em Antigona de Myslivecek, no Teatro de Biel-Soluthurn, na Suíça; Marie, em L’Enfance du Christ, de Berlioz, em Arhem e
Roterdão, na Holanda; e Clarice, em Il Mondo della Luna de Haydn, em Paris, França.
Concurso
Nacional de Canto Luísa Todi
O Concurso Nacional
de Canto Luísa Todi, cujo histórico remonta ao ano de 1990, é uma iniciativa
que a Câmara Municipal de Setúbal promove, em parceria com diversas
instituições locais e nacionais.
Tem este certame, realizado em Setúbal e, sempre
que possível, também, em Lisboa, por duplo objectivo celebrar a memória da
cantora lírica setubalense Luísa Rosa de Aguiar Todi (9 de Janeiro 1753 – 1 de
Outubro de 1833), bem como incentivar e revelar novas vozes que se afirmam no
panorama musical tanto português como internacional.