Este jovem talento,
que viveu na nossa cidade, iniciou seus estudos de Canto em 2000, na Escola de
Música da Póvoa de Varzim, mantendo a sua ligação, como “filha ilustre da terra”,
através de actuações em espectáculos e ainda como participante no Festival
Internacional de Música da Póvoa de Varzim, em 2007 e 2008.

A soprano foi a
vencedora do Concurso Nacional de Canto Luísa Todi, que decorreu entre os dias
20 e 28 de Junho, em Setúbal.

A estudar
actualmente em França, Raquel Camarinha atribuiu bastante significado a este
prémio pois reconhece tratar-se de “um importante concurso a nível nacional que
confere visibilidade aos premiados que, de outra forma, não era possível”,
acrescentando que participar no concurso e ser distinguida com o primeiro
prémio também a fez sentir-se ligada ao seu país.

Consciente de que o
nível dos participantes “era muito bom”, Raquel Camarinha manifestou a sua satisfação
em ter arrecadado o primeiro prémio de voz feminina revelando que para tal
trabalhou imenso e era algo que desejava.

Ainda no âmbito
deste concurso, Raquel Camarinha arrecadou
o Prémio Ana
Lagoa, para a melhor interpretação de Ária de Ópera.

 

Raquel Camarinha

Nasceu em Braga em 1986. Inicia
os estudos de Canto em 2000, concluindo em 2004 o Curso Secundário de Canto,
com a classificação máxima. Termina em 2009 a Licenciatura em Ensino de Música
– Canto, na Universidade de Aveiro, tendo sido, por várias vezes, bolseira da
mesma universidade. Em 2011 conclui com Mention Très Bien o Mestrado em Canto
no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.

Foi galardoada com o segundo
prémio no
Prémio José Augusto Alegria 2007 e no Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa, o terceiro prémio no Prémio Jovens Músicos 2007 e o Award of Excellence, no âmbito dos Cursos de
Ópera do Estoril 2008. Em 2011, foi galardoada com o 1º prémio no Concurso
Nacional de Canto Luísa Todi, juntamente com o Prémio Ana Lagoa, para a melhor
interpretação de Ária de Ópera.

O seu reportório abarca obras
desde o Barroco até ao contemporâneo. Em ópera, interpretou, entre outros,
Pamina (
Die Zauberflöte), Zerlina (D.Giovanni), Eurydice (Orphée aux Enfers), Polly (Die Dreigroschenoper). Em oratória,
participou como solista em obras como
Matthäuspassion, Cantata 51 e Cantata 93, de Bach, Die Jahreszeiten e Die Schöpfung, de Haydn, Exsultate, jubilate, de Mozart e Stabat Mater, de Pärt. Apresenta-se regularmente em concerto em Portugal e na
Europa. Desenvolve igualmente um grande interesse pelo reportório mais recente,
tendo estreado obras de vários compositores, portugueses e estrangeiros, e
incluindo no seu reportório, entre outras, obras de Schoenberg, Weill, Berio,
Stockhausen, Xenakis e Aperghis.

Futuramente interpretará Ermione, em Antigona de Myslivecek, no Teatro de Biel-Soluthurn, na Suíça; Marie, em L’Enfance du Christ, de Berlioz, em Arhem e
Roterdão, na Holanda; e Clarice, em
Il Mondo della Luna de Haydn, em Paris, França.

 

Concurso
Nacional de Canto Luísa Todi

O Concurso Nacional
de Canto Luísa Todi, cujo histórico remonta ao ano de 1990, é uma iniciativa
que a Câmara Municipal de Setúbal promove, em parceria com diversas
instituições locais e nacionais.

Tem este certame, realizado em Setúbal e, sempre
que possível, também, em Lisboa, por duplo objectivo celebrar a memória da
cantora lírica setubalense Luísa Rosa de Aguiar Todi (9 de Janeiro 1753 – 1 de
Outubro de 1833), bem como incentivar e revelar novas vozes que se afirmam no
panorama musical tanto português como internacional.