Póvoa de Varzim, 25.07.2011 - Deolinda Carneiro, Directora do Museu Municipal, e José Flores, Arqueólogo Municipal, são os autores da mais recente edição municipal apresentada ao público na passada sexta-feira à noite, 22 de Julho.
Recriações históricas na Póvoa de Varzim é o título do livro
que apresenta uma súmula das recriações históricas que ocorreram no concelho,
entre 2007 e 2010. As actividades são descritas, essencialmente, através de
fotografias, complementadas com alguns textos explicativos sobre os fundamentos
históricos das recriações.
Luís Diamantino,
Vereador do Pelouro da Cultura, disse que a edição “em boa hora apareceu” e
nela podemos identificar “as várias pessoas que participaram, sentindo que
fizemos e fazemos parte do livro e, em algum momento, da história da Póvoa de
Varzim. Nele está representado um espaço onde os figurantes somos todos nós, no
desfilar do que era a Póvoa”. Para o autarca é possível identificar alguns
momentos que se interceptam: o plano pedagógico, através dos textos é visível a
preocupação dos autores no estudo e análise do modo de viver dos povos
representados e, por outro lado, o modo activo como a comunidade participou nas
recriações deixando transparecer que se sente parte daquilo que está a
representar e que as fotografias tão bem transmitem. “Este livro é um
testemunho para o futuro que irá contribuir para o enriquecimento da nossa
memória colectiva”, concluiu.
Paulo Costa Pinto, Arqueólogo
e Director do Centro de Memória de Vila do Conde, referiu-se à publicação como
“um belíssimo testemunho de textos e fotos que confere dignidade às actividades
que foram desenvolvidas”. O doutorando em Museologia afirmou que o facto de “o
livro incluir textos dos clássicos só demonstra a investigação e concepção
rigorosa que precederam as recriações”. Referiu-se ainda à opção dos autores em
incluírem um texto de Monsenhor Manuel Amorim para homenagear e evocar este
historiador. Quanto às fotografias, o investigador disse que “ilustram
magnificamente os eventos retratando a capacidade técnica e sensibilidade de
José Flores, capazes de captar a alma e alegria das pessoas que participam”. “Os
eventos apresentados são notáveis no rigor e todos bastante participados”,
constatou, destacando a presença do executivo camarário.
Para Paulo Costa
Pinto, “os cortejos etnográficos contribuem para preservar a memória do modo de
viver das diferentes épocas que as pessoas não tinham noção como eram”. O
Arqueólogo considera que “há necessidade de fortalecer identidades e expressar
a nossa identidade aos turistas, sendo que o Turismo é um dos mais importantes
movimentos culturais da História”.
Deolinda Carneiro e
José Flores explicaram que houve um trabalho de pesquisa muito aprofundado e
rigoroso, nomeadamente: análise cuidada de todas as representações escultóricas
da época, tanto dos trajes como das armas e defesas pessoais; recolha de toda a
informação disponível nos textos clássicos que se referem à nossa região;
recolha metódica de documentos históricos, arqueológicos, entre outros.
Esclareceram que tentaram seguir os padrões e tomar opções conscientes para
tentar reproduzir os trajes, as armas e outros objectos do quotidiano.
“Parecia que
estávamos a pôr a História no nosso dia-a-dia”, expressou José Flores
recordando momentos que não esquece e pessoas que participaram com muita
vontade, nomeadamente, população de Terroso e de Rates.
Deolinda Carneiro
revelou que “foi muito difícil seleccionar as fotografias para o livro mas
tivemos que limitar a escolha, tentando destacar quem colaborou connosco em
diversas actividades”.
“Tornar os sítios vivos e participados” é um dos
objectivos dos dinamizadores das recriações históricas no concelho.