José Ferreira foi o convidado d’”À quarta (h)à conversa” deste mês, que decorreu ontem à tarde, no Arquivo Municipal.
“Beata Alexandrina: a sua poesia, os seus ilustradores” foi o tema abordado pelo investigador, assinalando os 10 anos da Beatificação. José Ferreira começou por apresentar alguns retratos artísticos e ilustrações da Beata, referindo que os primeiros livros sobre ela foram biografias ilustradas com fotografias da mesma. Retrato, Busto artístico, Painel da Beatificação foram alguns dos exemplos exibidos. O Ícone da Beata, de inspiração salesiana, cuja versão original está conservada em Itália, foi apresentado por José Ferreira como uma obra muito culta, revelando que em 2007 foi oferecida por um grupo italiano, uma cópia portuguesa, conservada em Balasar. O investigador fez também alusão à figura de Alexandrina nos vitrais da Igreja de Balasar, “de elevadíssima qualidade”, da autoria de João Aquino da Costa Antunes, “último pintor português que dedicou a sua vida aos vitrais”.
Partilhando que possui cerca de 100 livros sobre a Beata, José Ferreira apresentou alguns exemplos de ilustrações de diferentes artistas, como: Frei Dâmaso, P.e Massimo Astrua, Graziella Sarno e Brenda Hunter, realçando que a maioria dos livros mencionados são dos autores italianos Chiaffredo e Eugénia Signorile.
Sobre a poesia da Beata, o investigador disse que “era boa comunicadora”, acrescentando: “exprimia-se muito bem oralmente e por escrito. As cinco mil páginas dos seus escritos testemunham a boa qualidade da expressão desta escritora que não fazia correções. Possuía não só veia literária, mas especificamente poética”. A título de exemplo, leu alguns textos de Alexandrina.
“É urgente colmatar o hiato entre a imagem popular da pobre «Santinha de Balasar». A Beata precisa de gente apaixonada e sabedora que fale dela com precisão, sem banalidades ou exageros ignorantes.”, advertiu José Ferreira.
José Ferreira, natural duma freguesia barcelense, foi docente na Escola Secundária de Eça de Queirós. Interessou-se desde cedo pela investigação da história local, tendo colaborado em diversos jornais. Em 2001 “descobriu” a Beata Alexandrina, dedicando, desde então, grande parte do tempo ao seu estudo. Para além de escrever em jornais poveiros, lançou, em 2004, o livro antológico Vinde Todos…à Descoberta de Alexandrina e integrou o Secretariado para a Beatificação da Alexandrina de Balasar. Em 2007, lançou o livro Até aos confins do mundo, o nº 16 da coleção municipal “Na Linha do Horizonte – Biblioteca Poveira”.
Alexandrina Maria da Costa, natural de Balasar, nasceu a 30 de Março de 1904 e aí faleceu, com fama de santidade, a 13 de Outubro de 1955; foi beatificada em 25 de Abril de 2004.
Durante a sua vida foram muitos os “peregrinos” que, através de um contacto direto, testemunharam a sua bondade e sabedoria cristãs. Na atualidade, a romagem mantém-se, agora para a Igreja Paroquial, onde se encontra o seu túmulo, e para a casa onde viveu.