A actividade
terá lugar no dia 03 de Junho, quarta-feira, às 14h30 e irá abordar a
arqueologia, uma das áreas de estudo e investigação de Rocha Peixoto.

O convidado é José Manuel Flores Gomes,
arqueólogo do Gabinete Municipal de Arqueologia, que irá esclarecer os mais
novos sobre esta disciplina científica que estuda as culturas e os modos de
vida do passado a partir da análise de vestígios materiais através de
escavações, técnicas e métodos.

Foi Rocha Peixoto quem realizou os primeiros trabalhos
arqueológicos na Cividade de Terroso,
uma das mais importantes estações arqueológicas da Cultura Castreja do Noroeste
Peninsular, em 1906 – 1907, e os vestígios encontrados revelaram a importância
histórica do local. Depois da sua morte, em 1909, a cividade ficou
entregue ao abandono e somente em 1980 foram retomadas as escavações. O
reinício dos trabalhos foi levado a cabo por Armando Coelho F. da Silva e
continuados por José Manuel
Flores Gomes.

As explorações de Terroso serviram de incentivo às do
castro de Laundos, realizadas em 1907, a expensas do Dr. David José Alves, após
a descoberta no local de jóias proto-históricas.

Já anteriormente, em 1892, Rocha
Peixoto insurgiu-se contra a falta de protecção oficial das relíquias
arqueológicas poveiras, e atentados de muitos particulares perante objectos de
valor arqueológico.
Em Fevereiro de 1903,
estando a passar férias de Carnaval, na Póvoa de Varzim, Rocha Peixoto tomou
conhecimento da descoberta casual de um achado arqueológico no Alto de Martim
Vaz, Póvoa de Varzim, constituído por fragmentos de olaria luso-romana e
objectos de pedra.

Para além disso, foram vários os achados
arqueológicos e etnográficos que Rocha Peixoto levou para o Museu Municipal do
Porto, dado que a Póvoa
de Varzim ainda não possuía um Museu na altura, evitando o seu abandono e
degradação. Alguns exemplos são: as peças desenterradas dos castros de Terroso
e de Laundos, uma arca funerária medieval de S. Pedro de Rates, capitéis do
século XII de Rates, o capitel românico historiado da igreja matriz de Amorim,
três marcos divisórios da Casa de Bragança, de granito e armoriados, de Amorim,
Beiriz e Terroso.