Alguns exemplares do vasto espólio de mais de 500 livros de
Alberto Sampaio, que a família doou ao museu de Guimarães com o seu nome,
completam esta exposição, que abriu ao público na passada sexta-feira, à noite,
e que se insere na Festa do Livro e da Leitura, organizada pela Biblioteca
Municipal para assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil e o Dia Mundial
do Livro.

A inauguração fez-se com uma visita guiada pela directora do
Museu Alberto Sampaio, Isabel Fernandes, que referiu que esta exposição
pretende divulgar o historiador, o homem e a sua obra ao público adulto e
também aos mais jovens, salientando a importância da colaboração prestada pela
Biblioteca da Póvoa ao Museu Alberto Sampaio, no ano em que se assinalam os cem
anos da morte desta importante figura do século XIX português. Recorde-se que a
Biblioteca já tinha sido escolhida, em Dezembro passado, para uma sessão de
apresentação do livro “História de Alberto”, de Emília Nóvoa Faria, ligada ao
programa de iniciativas que assinalam o centenário da morte de Alberto Sampaio.

E foi também Emília Nóvoa Faria que, na abertura da
exposição, esta sexta-feira, apresentou a palestra “Alberto Sampaio, o
historiador das Póvoas Marítimas”, na qual revelou os resultados das
pesquisas que tem vindo a realizar sobre o historiador, que nasceu em Guimarães,
em 1841. A intervenção de Emília Nóvoa Faria levantou um pouco mais o véu sobre
o autor de As Vilas do Norte de Portugal, uma das mais importantes obras da
historiografia regional portuguesa.

Os pais e o seu papel na educação de Alberto Sampaio, a
carreira académica, na Universidade de Coimbra, a profunda amizade que
construiu com Antero de Quental, a advocacia, em Lisboa, que abandonou para
retornar à casa de Boamense, onde se dedicou à vitivinicultura ao ponto de vir
a ter vinhos premiados internacionalmente, e a sua entrega apaixonada aos
estudos agrícolas e investigações históricas, sobre tudo isto falou Emília
Nóvoa, numa concisa abordagem em que revelou ainda a ligação de Alberto Sampaio
à Póvoa. Uma ligação afectiva e familiar, tendo sido a Póvoa a terra de
nascimento de muitos dos seus sobrinhos. Aqui estava também Rocha Peixoto, com
o qual estabeleceu amizade e a Póvoa, como não podia deixar de ser, é abordada
na sua obra As Póvoas Marítimas do Norte de Portugal.

O profundo conhecimento pessoal que tinha da realidade
minhota, aliada a uma vasta erudição, que perpassa toda a sua obra, são, na
opinião de Emília Nóvoa os dois factores que fazem de Alberto Sampaio um caso
raro na historiografia das vilas e cidades portuguesas.

Com base nesta exposição, o serviço educativo da Biblioteca
vai proporcionar várias actividades dirigidas ao público
infanto-juvenil, com o intuito de divulgar a vida e a obra deste historiador.
Haverá visitas guiadas à exposição, acompanhadas por um guia de exploração, criado
para o efeito e intitulado À descoberta de Alberto Sampaio, e será promovida
uma oficina do livro O que descobri de Alberto Sampaio, na qual cada criança
construirá um livrinho para registo de elementos da exposição. Foram
produzidos dois catálogos bibliográficos: Alberto Sampaio – uma vida,
uma obra (para o publico infanto-juvenil) e Alberto Sampaio e a Póvoa de Varzim
(para o publico adulto).