Sempre que o dia 25 de Julho coincide com um domingo, Santiago de Compostela,
local onde se encontram os restos mortais do apóstolo, celebra o Jubileu, que
convida à peregrinação de visitantes vindos de vários pontos na Europa até à
Catedral da cidade. Tendo em conta que S. Pedro de Rates faz parte do “caminho
português” e que a fé dos pescadores da comunidade local em Santiago sempre foi
fortíssima, o Museu Municipal reuniu um conjunto de peças, algumas oriundas de
freguesias dos dois concelhos e outras que fazem parte do seu próprio acervo,
que comemoram o Ano Jubileu. Uma das obras que fazem parte da mostra
encontrava-se bastante deteriorada por repintes, vernizes e danos na superfície
e no suporte. O Grupo dos Amigos do Museu (GAM) financiou o restauro do quadro
e, depois de uma visita guiada à exposição pela directora do Museu, Deolinda
Carneiro, a responsável pelo trabalho, Ana Brito, explicou todo o processo de
recuperação da obra e partilhou algumas noções de restauro.

Luís
Diamantino, vereador do Pelouro da Cultura, elogiou o empenho do GAM no apoio
ao Museu Municipal considerando o grupo como “uma âncora para o espaço”. “Além
de colaborar através do restauro de peças importantes para a história da Póvoa
de Varzim, a realização das escavações arqueológicas, dos cursos dirigidos no
Museu e os passeios anuais a pontos de interesse, tanto em Portugal como em
Espanha, só são possíveis com o apoio do GAM”, afirmou o autarca. “Esta é, sem
dúvida, uma exposição a não perder”, convidou, finalmente, Luís Diamantino.

José
Flores, presidente do GAM, explicou que o grupo “iniciou, há alguns anos, o
restauro de algumas peças que consideramos essenciais, únicas e de grande valor
para a história do concelho. É o caso desta obra, datada do século XVII-XVIII”.

expo museu
Pormenor
da pintura restaurada

Ana
Brito, da empresa Porto Restauro, começou por explicar que o trabalho de
restauro deixou de ser artesão para começar a ser científico e são três as
universidades portuguesas onde é possível tirar a licenciatura – Universidade
Católica, Universidade Nova e Politécnico de Tomar. Somos um complemento da
História da Arte”. A restauradora identificou as técnicas de diagnóstico, que
passam essencialmente pela observação directa através de fotografias de luz
directa e rasante, macro fotografias ou ampliadas, lupas de aumento e luz UV.
Quanto à obra restaurada, Ana Brito explicou que “é essencial estar em permanente
contacto com os proprietários das obras, neste caso o Museu Municipal, para
entender o que o cliente pretende. Isso aconteceu com esta obra, que estava com
muita humidade”.

Quanto à exposição, estará patente no Museu
Municipal até Fevereiro de 2011.