Manuel da Silva Ramos considera a sua última obra “não como uma mala de cartão, mas uma caixa de Pandora cheia de gargalhadas”. Para o autor, “este é um livro que ri e dói em andamento”. Este é um romance alegre e reparador, o elogio do emigrante português e dos contrabandistas da raia que tiveram um papel crucial na economia das regiões portuguesas  vizinhas da fronteira espanhola.

Três vidas ao espelho conta a história de dois emigrantes que tiveram sucesso e mostra, de uma maneira detalhada, a vida nos finais dos anos quarenta de uma aldeia portuguesa perdida entre pedras e solidão, nos arredores de Vilar Formoso. Estas três vidas ao espelho, escolhidas entre milhentas outras da nossa diáspora, têm a pretensão de ser um poderoso elixir para desenvolver a nossa auto-estima nacional. Porque os três homens simples deste romance são heróis categóricos à sua maneira.

Ana Luísa Amaral leu quatro poemas da sua obra Inversos – Poesia 1990-2010. O livro reúne a poesia da autora dos últimos 20 anos e onde também constam alguns textos inéditos. Relembramos que a poetisa venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa em 2007 com a obra A Génese do Amor.

Inês Botelho tem 23 anos e escreveu O passado que seremos. O livro traz-nos a história de um casal que, como tantos outros, sobrevivem em realidades diferentes. Elisa e Alexandre conhecem-se num fim-de-semana no Caramulo. São ambos jovens, pertencem a círculos diferentes, vêem o mundo de perspectivas quase sempre opostas – e, no entanto, parecem incapazes de escapar à atracção que lentamente os envolve. Com avanços e recuos, iniciam então uma relação que não entendem e questionam. Mas que os marcará para sempre.

A lucidez do amor foi escrita quando tinha acabado de ter o meu filho. Em vez de escrever sobre os deleites da maternidade, resolvi debruçar-me sobre a guerra no Afeganistão.” Tânia Ganho explicou que a guerra é um tema que fascina a maior parte dos escritores, porque mostra o melhor e o pior do ser humano. Em A lucidez do amor, uns meses depois do 11 de Setembro, Michael Adam, piloto da Força Aérea francesa, é enviado para o Afeganistão no âmbito da luta contra o terrorismo. Passados quatro anos, parte novamente em missão, mas desta vez com plena consciência da natureza letal do seu trabalho. É com o inquietante pressentimento de que poderá não regressar a casa que se despede da mulher, Paula, e do filho recém-nascido. Atirada para um mundo sem homens, Paula é obrigada a tornar-se mãe solteira e a criar laços de amizade com o heterogéneo grupo de mulheres que a rodeia e que vive ao ritmo do toque do telefone – até ao dia em que as linhas ficam mudas…

J.J. Armas Marcelo apresentou A ordem do tigre, um romance que analisa com dureza e sem complacência os traumas da Argentina. Morelba a Tigra desapareceu e Álvaro Montes tem de regressar a Buenos Aires para a encontrar. Passaram muitos anos desde que, em 1975, numa viagem à Argentina, Álvaro e os loucos jovens com os quais percorreu os canais e os rios do Delta fundaram, na brincadeira, a Ordem do Tigre. Passou muito tempo desde que se enamorou de Morelba. No final do Século está tudo diferente: os seus amigos sofreram os golpes do amor e da política, converteram-se em cúmplices da ditadura ou em militantes clandestinos. Álvaro regressa ao passado para reviver a intensidade de uns dias que ainda permanecem na sua memória, apesar da distância e por cima da dor.

Por fim, Lourenço Pereira Coutinho apresentou Cinco de Outubro. O autor afirmou que gosta de encontrar nas suas obras duas personagens antagónicas, que mostrem os lados diferentes da história. Sobre a sua obra: D. Manuel II enfrentava nova crise governamental, após a queda do ministério Veiga Beirão. Entretanto, revolucionários e carbonários organizavam reuniões desencontradas, para o derrube da monarquia. Cinco de Outubro acompanha os percursos dos principais protagonistas da época – D. Manuel II, Teixeira de Sousa, Paiva Couceiro, Afonso Costa, Machado Santos –, que se cruzam com personagens ficcionados, numa narrativa de intensidade crescente que culmina nos dias da revolução republicana: 3, 4 e 5 de Outubro.

Os lançamentos continuam hoje às 12h30, desta vez na Casa da Juventude, com as obras de Paulo Kellerman e Pedro Teixeira Neves.