A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal, realiza-se no âmbito das comemorações dos 200 anos do nascimento do Cego do Maio e para assinalar a maior tragédia marítima da Póvoa de Varzim, ocorrida em 27 de fevereiro de 1892.

Estes heróis poveiros serão evocados pelos seus actos de sublime heroísmo por si praticados, no alto mar como na costa, nos seus barcos ou no salva-vidas, protagonizando muitos dos mais arrojados salvamentos de dezenas de vidas. 

 

Cego do Maio, José Rodrigues Maio  (1817 – 1884)

Foi mestre do primeiro salva-vidas da Póvoa da Póvoa de Varzim. Longa é a lista dos actos de sublime heroismo por si praticados, tanto no alto mar como na costa, no seu pequeno barco ou no salva-vidas. Foi galardoado com 9 medalhas. O colar de Cavaleiro da Ordem de Santiago da Torre e Espada e a medalha de ouro da Real Sociedade Humanitária do Porto foram-lhe colocados ao peito pelo Rei D. Luís.

Quando foi nomeado Patrão do salva-vidas, em 1881, já o “Cego do Maio tinha na sua “folha de serviços” mais de 80 salvamentos  feitos a bordo do seu pequeno batel, levando os 2 filhos, Francisco e Manuel, como tripulantes. Jorge Barbosa – Toponímia da Póvoa de Varzim, Vol. I, 1970

 

Patrão Lagoa, Manuel António Ferreira (1866 – 1919)

Notabilizou-se pelo seu arrojo e conhecimento náutico como patrão do salva-vidas “Cego do Maio”. O seu principal valor revelou-se nos naufrágios do cruzador de guerra «S. Rafael», salvando 58 marinheiros e do vapor «Veronese», salvando 64 tripulantes.

Foi condecorado com muitas medalhas, entre elas as medalhas de ouro do Instituto Nacional Real de Socorros a Náufragos de Inglaterra e da Sociedade «Mundo Humanitário» da França. Mereceu um voto de louvor da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim em sessão de 21 de Janeiro de 1913. Jornal “ABC”, Póvoa de Varzim, 14.Julho.1927

 

Patrão Ladinho, João Domingos Nunes (? – 1939)

Mestre do salva-vidas “Cego do Maio”, protagonizou alguns dos mais arrojados salvamentos de dezenas de vidas. Quando faltava gente para guarnição, embarcava em qualquer catraia “varada” na ribeira para salvar a vida dos seus irmãos de classe. No naufrágio das “Festas Marítimas” de 1927, arrancou da morte sete náufragos. À falta do leme, que se tinha partido, o Patrão Ladinho empunhou um remo e com ele dirigiu o salva-vidas. Foi condecorado pelo Presidente da República. José de Azevedo – O Patrão Ladinho, O Café da Guia in: O Comércio da Póvoa de Varzim, 14.Junho.2007