Perante
esta acção, Andrea Silva, Vereadora da Acção Social, afirmou que “o mundo está
muito melhor graças a estas iniciativas e atitudes porque o mundo é feito de
atitudes. A autarca salientou ainda o facto de “quando hoje em dia toda a gente
se preocupa com o destino das férias é louvável que o grupo de amigos que
originou a Fundação João XXIII se tivesse lembrado, em 1990, de passar umas
férias solidárias em Guiné-Bissau com o objectivo de ajudar”. Destacando a
criação da biblioteca em Ondame, Andrea Silva referiu que “as bibliotecas são
centros de conhecimento e informação muito importantes para o desenvolvimento
económico da localidade” e este projecto “é um desafio muito aliciante porque
uma biblioteca nunca está terminada”.

Cláudia Martins, responsável pela criação da Biblioteca, informou que em
Janeiro de 2010
partiu em
conjunto com um grupo de 12 pessoas para Ondame (situada a cerca de 60 km da capital), com o
intuito de dar seguimento aos projectos existentes (Clínica e Maternidade Bom
Samaritano, e Rádio Ndjerapa Có)
e criar uma Biblioteca, visto não existir nenhuma na região. Para este novo projecto foi disponibilizado um local,
que
depois de alguns anos a servir como armazém, renasceu
com
mais vida, mais luz e mais dinamismo. Para tal foi
necessário

reparar o telhado, rebocar e pintar
as paredes, limpar
e construir prateleiras, para
finalmente se poder
instalar os livros. Cerca de 900 livros foram previamente catalogados, registados
e etiquetados.
De modo a
organizar e estruturar da melhor forma a nova Biblioteca, foi estabelecido um
contacto com a
Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim, que contribuiu com informações e sugestões, um livro para
registo dos livros existentes e alguns posters para decoração do local. Deste
primeiro contacto pretende-se consolidar uma parceria, promovendo interacções
mais frequentes entre os responsáveis da Biblioteca Municipal da Póvoa de
Varzim e o responsável pela Biblioteca de Ondame, posto de trabalho criado em Janeiro
e financiado pela Fundação João XXIII. Este posto de trabalho está a cargo do
colaborador Lázaro Yé e
funciona de segunda-feira a
Sábado, das 9h00 às 13h00.
Foram também definidas regras e normas de funcionamento para utilização
do espaço da Biblioteca e requisição de livros. A curto/ médio prazo,
pretende-se dinamizar a biblioteca, em parceria com o infantário, escola
primária e liceu de Ondame, para a execução de actividades lúdicas, estando
prevista a instalação de alguns computadores para a realização de acções de
formação, de modo a contribuir para uma maior aquisição de conhecimentos e
competências dos jovens da região, adiantou Cláudia Martins.

A voluntária
poveira fez questão de referir que “para além dos voluntários que vão para
Guiné-Bissau, há centenas de pessoas que nos ajudam” e a iniciativa de ir é
exclusivamente “uma opção pessoal que exige de cada um boa vontade e capacidade
de adaptação às realidades locais”.

Na sessão de
apresentação estavam presentes vários elementos da Fundação João XXIII bem como
o seu fundador, Jacinto Filipe, que explicou como nasceu esta instituição
humanitária: “Este projecto começou com umas férias solidárias. Estávamos em
meados de 1990, quando um grupo de amigos decidiu fazer umas férias diferentes
das que habitualmente gozavam, em que, pelo voluntariado e pela solidariedade,
pudessem conhecer outros povos, seus costumes e tradições e identificar as suas
dificuldades. O país escolhido acabou por ser Guiné-Bissau.”

E foi graças a
esta viagem que desde 1990, todos os anos um ou mais grupos de voluntários da
Fundação João XXIII partem duas semanas para esta missão, suportando cada um as
suas despesas, para apoiar os projectos que, entretanto foram nascendo.

A Fundação deu a
conhecer alguns dos projectos que apoia: Cooperativa Escolar de S. José em
Bissau, com três escolas nos bairros de Bandim, Cuntume Gericó frequentados por
2600 crianças, do pré-escolar ao 10.º ano e com 130 funcionários; Clínica e
Maternidade Bom Samaritano em Ondame (da missão da igreja evangélica), única
nesta região com mais de 12000 habitantes, tem uma enfermeira, três auxiliares
de enfermagem e outros sete funcionários. Fazem formação e apoio a grávidas,
partos, apoio materno-infantil e fornecimento de medicação e Rádio Ndjerapa Có,
a primeira rádio da região, com a emissão até Bissau e onde está a ser gravada a primeira radionovela
da Guiné-Bissau. Para além disso, foi apresentado o Projecto Visão Guiné 2011 a realizar em Janeiro
de 2011 por um período provável de 15 dias onde será feito o diagnóstico e
tratamento de doenças oculares, estando previsto retirar da cegueira cerca de
50 pessoas através da cirurgia ocular.

A Fundação organiza campanhas de angariação de
donativos e envia para estes projectos, regularmente, apoio financeiro,
materiais escolares, equipamentos, materiais de construção civil, medicamentos,
etc. Todos os interessados podem colaborar nestes projectos enviando donativos,
em dinheiro ou géneros. Para saber mais sobre estes projectos e outras
informações, devem contactar o Secretariado da Fundação através do Telefone/fax
261 422 790 ou e-mail:
casadooeste@sapo.pt. Os donativos em dinheiro podem também ser feitos
por cheque passados à Fundação João XXIII ou depositados no banco Millennium/BCP
– NIB 0033000045308228096-05.