Póvoa de Varzim, 31.10.2011 - Dada a importância do projecto, foi escolhido para tema de uma conferência realizada na passada sexta-feira, na Sede da Junta da Vila, no âmbito dos 78 anos da criação da freguesia de Aguçadoura.
Será testado brevemente
em Portugal, no concelho da Póvoa de Varzim, na freguesia de Aguçadoura, o
primeiro protótipo de uma turbina eólica assente numa plataforma flutuante
offshore – o “WindFloat”. O dispositivo está localizado a uma distância de
cerca de seis quilómetros da orla litoral, numa profundidade de perto de 60
metros.
Dada a importância
do projecto, foi escolhido para tema de uma conferência realizada na passada
sexta-feira, na Sede da Junta da Vila, no âmbito dos 78 anos da criação da
freguesia de Aguçadoura. A apresentação do “WindFloat” foi feita por João
Maciel, da EDP Inovação, empresa que lidera o projecto, e contou com a presença
de Sérgio Cardoso, Presidente da Junta de Aguçadoura, e de Aires Pereira,
Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
João Maciel informou
que o dispositivo “WindFloat”, que começou a ser construído em Fevereiro de
2010, no LISNAVE, está já submerso no local e suportou a recente intempérie. A
estrutura cumpre todos os requisitos, incluindo a segurança de quem pesca ou passa
naquela zona, esclareceu, garantindo desconhecer eventuais prejuízos causados
em apetrechos de embarcações de pesca.
A sua implementação
divide-se em três fases, sendo que a primeira é de demonstração, ou seja, após
a instalação será testada a operacionalidade, haverá uma fase intermédia
pré-comercial e, por último, a comercial. A localização do projecto é a mesma
do Parque de Ondas de Aguçadoura possibilitando o aproveitamento do cabo
submarino de ligação à subestação eléctrica em terra e a própria subestação
eléctrica, ambos já existentes. João Maciel explicou que o aproveitamento da
energia eólica no mar, em grandes profundidades, com turbina assente em
plataforma flutuante é uma solução inovadora e mais competitiva do que em
plataformas fixas, sendo que a partir dos 40 metros de profundidade deixa de
ser economicamente viável uma estrutura rígida fixa ao fundo do mar, devido à
complexidade do projecto, fabrico e instalação.
Windfloat é uma
tecnologia inovadora na energia eólica e conta com o envolvimento de parceiros
locais e internacionais. São proponentes deste projecto a EDP Inovação S.A. que
lidera o projecto, a empresa americana que desenvolveu o conceito, Principle
Power Inc., a empresa metalomecânica responsável pelo fabrico, A. Silva Matos S.A.,
o fundo de capital de risco do Estado Português InovCapital S.A. e o fabricante
Dinamarquês de turbinas, Vestas. O financiamento do projecto foi assegurado
através de contribuições dos parceiros do projecto e com um subsídio a fundo
perdido do Fundo de Apoio à Inovação (FAI).
A estrutura
representa um investimento de 20 milhões de euros e que permitirá “criar
cerca de oito mil postos de trabalho” em Portugal.
Aires Pereira,
Vice-Presidente da Câmara Municipal, e Sérgio Cardoso,
Presidente da Junta de Freguesia
de Aguçadoura
No passado dia 26 de
Setembro, a secretaria de Estado do
Ambiente e do Ordenamento do Território revelou que o Governo emitiu um parecer
favorável ao WindFloat. O projecto “poderá avançar”, desde que
“salvaguardadas as condicionantes identificadas pela entidade coordenadora
da Avaliação de Incidências Ambientais, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Regional do Norte, bem como mediante o cumprimento integral das medidas de
minimização e de compensação”, explicou ainda aquele organismo do Estado,
em comunicado.
Sérgio Cardoso, presidente da Junta de Aguçadoura,
espera que o “WindFloat” seja um sucesso, depois do “falhanço” do projecto do
Parque de Ondas de Aguçadoura através de Pelamis, em 2008. O autarca está
satisfeito pelo investimento agora efectuado, considerando que a vila é
referenciada no país e no mundo.