É um livro que divulga a Escultura nas suas motivações, princípios, metodologias, tecnologias e destinos. As matérias estão organizadas de modo envolvente e pragmático, onde as imagens ajudam ao seu entendimento pleno, na abordagem de múltiplos e interligados aspectos: teoria, prática e pedagogia, com o recurso a fontes diferenciadas e a técnicos especializados nas áreas específicas em estudo, com a finalidade de despoletar o interesse pelos assuntos e de enfatizar a fruição das obras de escultura em bronze, algo que não tem beneficiado da atenção que merece e que como tal é quase desconhecida.

A sua maior paixão foi fazer algo novo e o seu maior desafio tem sido consegui-lo. Criar algo que nunca tinha sido visto antes foi a sua maior obsessão. Dedicou-se ao Ensino das Artes e do Desenho por gosto acreditando que não é trabalho fazer o que se gosta de fazer. Foi professora entre 1968 e 2008. Para realizar o seu trabalho de autor em bronze, aceitou realizar trabalhos de encomenda em bronze para diversas Empresas e Instituições. Por imperativo de carácter não aceitou ficar dependente de subsídios estatais ou outros, daí ter-se dedicado a diferenciados trabalhos de índole pedagógica, didáctica e outras.

Distingue-se como escultora do bronze, uma arte antiquíssima, onde imprime a sua impressão digital e o seu olhar contemporâneo. As suas obras afirmam um estilo pessoal facilmente reconhecível. Produz um trabalho singular de cariz humanista, que valoriza o corpo humano, que dificilmente se pode integrar em correntes estéticas conhecidas, antes faz o seu próprio caminho, contaminado embora pelas influências próprias dos grandes artistas escultores. No seu trabalho escultórico os corpos são estilizados e depurados, muitas vezes andróginos, com acabamento polido, em que os braços ficam adoçados ao corpo, nunca são cortados, fazem parte de composições que valorizam as formas e lhes dão consistência, força e harmonia. A sua concepção filosófica consiste em que nas relações amorosas os braços são extensões do corpo, que reclamam o sentido da posse do outro, considerando que ninguém pode ser considerado o objecto de ninguém, pois todos são livres e donos do seu próprio corpo. Os seus corpos vivem de leveza e liberdade, de forma e luz, de força e movimento.