Natural de Vila do Conde e licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto, Isabel Lhano irá mostrar as suas telas no âmbito do Correntes d’Escritas, uma vez que esta exposição faz parte do programa do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica. 

Segundo Valter Hugo Mãe, “num certo sentido, a Isabel Lhano não sabe mostrar o feio porque a beleza é um ponto de partida do qual não abdica. O que vemos nas suas telas é sempre propenso ao deslumbre e à perfeição, mesmo que nos queira falar do tempo de hoje e das suas terríveis provações. Assim, esta exposição é um protesto, sim, mas não deixa de ser um protesto construído sobre a elegância que sempre reconhecemos à artista. Porque falar da crise, da troika ou da emigração forçada é quase inevitável, o gesto de Isabel Lhano é muito de coragem por assumir na sua arte o ponto de vista crítico, pondo em causa o resultado mais óbvio para desferir um golpe claro, para incomodar.

Claro que a beleza pode incomodar. Seria bom que servisse, a beleza, a arte, o incómodo e esta exposição da Isabel Lhano, para mudar muita coisa nos dias em que vivemos.
A utopia não acaba. Esta artista mostra bem esse facto”.