O Guardião do Silêncio é (…) uma história de amores e desamores onde o desencontro, a ausência, a solidão estão rodeados por um silêncio que é quase mutismo, (…)  que vai em busca (…) de uma voz empenhada em trazer à superfície as fragilidades do ser humano, quando este se encontra enclausurado dentro de si próprio.

Numa sociedade em que o individualismo suplanta largamente o sentido de coletivo, (…) não é de espantar que tantos se deixem afundar num mar de silêncio. Um silêncio que, farto de ser obscuro, reclama com propriedade «um pintor de silêncios» que o torne visível, que o liberte do mutismo que é morte, antes da morte.

Ana Paula Mateus é, nesta perspetiva, uma exímia pintora de silêncios – traça os contornos de vidas marcadas pela solidão, pela dor da perda e da ausência. (…) O coração, as sensações estão no centro desta viagem em que o onírico, o poético e a expressão do sofrimento se entrecruzam, gerando uma paisagem de silêncios povoados de vozes que não serão, de todo, alheias a um leitor atento.

É esta viagem que a autora nos propõe neste belíssimo «quase-romance».

Lídia Borges, in Prefácio