Porque será que certos símbolos, associados ao culto da infância e da inocência, resistem a séculos de maus tratos e, ciclicamente, emergem tão fortes que, nos mais diversos e adversos contextos, são, por alguns dias e em todos as latitudes, objecto da atenção e da veneração de todos e, desse modo, constituem um traço de união à escala planetária?

Bem sei que, em muitos circunstâncias, se torna difícil descortinar a presença do símbolo que é factor desta súbita e frágil fraternidade, tão embrulhado ele surge na ruidosa azáfama do comércio e na intensa cegueira da luz, ambos, ao que parece, apostados em desviar-nos do rumo que conduziria ao berço inspirador destes impulsos.

O que tudo isto revela – a escala planetária do gesto e a infinita multiplicidade das formas que o concretizam – é que há valores que se sobrepõem à cacofonia dos ruídos e das propostas desviantes. E que o triunfo daqueles valores, ainda que fugaz e condicionado, responde a um apelo tão ancestral e tão forte quanto a nossa condição – que de humanos faz, timidamente, irmãos.

Pena é que, passado este lúcido interregno, tudo regresse à antiga forma, até novo intervalo redentor, daqui a um ano.  Com a evidência, e a mágoa, do escasso proveito que esta pausa terá deixado na nossa comum aspiração a um mundo mais condizente com a natureza pacífica e fraterna da relação interpessoal, que a todos possibilite condições de realização e de felicidade.

Pela parte que nos toca, como responsáveis municipais, é esta preocupação que, quotidianamente, preside às nossas decisões e orienta a sua concretização. É assim que, ano após ano e não obstante as dificuldades que um contexto cada vez mais adverso nos coloca, procuramos dar aos Poveiros a Boa Nova do desenvolvimento sustentado do concelho. E assim vai continuar a ser!


Feliz Natal! Bom Ano Novo!

O Presidente da Câmara

AssinaturaMacedo


José Macedo Vieira